"Vamos fazer o impossível para não fechar maternidades." Fernando Araújo defende previsibilidade
No Parlamento, onde está a ser ouvido a propósito a reorganização dos serviços de Ginecologia e Obstetrícia, o diretor executivo do SNS garantiu que a planificação que está em curso, desde janeiro, visa ganhar tempo para tentar atrair profissionais para os serviços de saúde.
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Fernando Araújo, diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, garante que o objetivo final é garantir que não existe encerramento de blocos de parto, até porque isso ira ter efeitos negativos noutras áreas dos serviços de saúde, como a pediatria e a formação de profissionais.
"Vamos fazer o possível e o impossível para não fechar maternidades," garantiu Fernando Araújo aos deputados, reforçando que "iremos fazer tudo o que está ao nosso alcance para evitar qualquer encerramento do bloco de partos."
"Não queremos fechar blocos de parto em absoluto, porque consideramos que isso vai limitar a pressão de cuidados de saúde limita a formação limita à investigação, condiciona, de forma eu diria marcante, o acesso das grávidas ao SNS. Portanto não queremos fechar e temos tentado ter um plano alternativo que leva a segurança, à previsão, à qualidade e dá-nos tempo suficiente para tentar captar e fixar recursos humanos no SNS," explicou o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde.
Na comissão de Saúde, onde está a ser ouvido, Fernando Araújo sublinhou ainda que, desde janeiro, quando foi elaborado o plano "Nascer em Segurança", que pressupõe um calendário para o fecho rotativo de maternidades, "não houve falhas" na planificação, nem queixas dos profissionais.
"Esse calendário tem-se mantido de forma irrefutável. Até agora, sete semanas depois, não houve um único caso que tivesse entrado em nível de contingência 3 - o que significa fechar as portas - que não tivesse que estava programado. Portanto a previsibilidade, até agora sete semanas depois, manteve-se a 100%, sem uma única falha."
"Se tivesse existido algum caso, com a comunicação social tão exigente que nós temos e bem, estava nas primeiras páginas dos jornais qualquer caso que se conhecesse," sublinhou.
Fernando Araújo registou ainda que, por parte dos profissionais de saúde, "se não houvesse essa confiança tínhamos, como é natural, dos sindicatos, abaixo assinados".
"Não houve uma única questão relativamente a isso, uma única questão dos profissionais com esta abordagem," vincou o diretor executivo, destacando a previsibilidade na calendarização.
"Não estou à espera que chegue a sexta-feira para preparar as escalas para o fim de semana ou o risco de haver fechos imprevisíveis. Isso não vai acontecer este fim de semana," garantiu, numa referência ao fim de semana de Carnaval.