"Vamos ter uma luta entre dois ursos polares." Santana Lopes diz que Costa "quis mostrar quem manda"
No programa Não Alinhados, da TSF, Pedro Santana Lopes acredita que Marcelo Rebelo de Sousa vai esperar para devolver "uma frieza ainda maior" a António Costa.
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O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz e antigo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, afirma que António Costa planeou a demissão não aceite de João Galamba e que a executou com muita "frieza" e considera que Marcelo Rebelo de Sousa vai esperar para devolver "uma frieza ainda maior".
"O Marcelo vai esperar, não vou dizer cinicamente, mas com frieza vai tentar talvez devolver a António Costa uma frieza ainda maior. Se me pedir o meu prognóstico, conhecendo os dois, é o que acho que vai acontecer. Vamos ter, sem ofensa, uma luta entre dois ursos polares, para não dizer dois frigoríficos, chame-lhe o que quiser. Dois seres frios a agir friamente um com o outro. Digo-lhe que o país não ganha com isso", disse Pedro Santana Lopes no programa Não Alinhados, da TSF.
O autarca da Figueira da Foz acredita que a atuação de António Costa nesta terça-feira foi uma resposta para as constantes intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa sobre uma eventual dissolução da Assembleia da República.
"Este Presidente quase todos os dias, desde há meses, fala em dissolução ou diz que o primeiro-ministro é que sabe. Isto desresponsabiliza-o a ele. O que nós sabemos: o governo nasceu fraco, precisa de ser recauchutado, uma coisa assim. Quer dizer, coisas que em princípio o Presidente não diz do primeiro-ministro ou do seu Governo. António Costa quis mostrar a Marcelo quem manda", afirma o antigo primeiro-ministro.
Para Pedro Santana Lopes, "António Costa pensou isto friamente e executou ao longo do dia o guião que deve ter preparado lá onde ele esteve de férias e no regresso e que se convenceu que devia mesmo levar à prática depois de já estar cá e de falar com as pessoas".
"Foi de grande frieza. Não há que ter dúvidas sobre isso. E sem dó nem piedade para com o Presidente da República. Sem dó nem piedade", remata.