"Vão ter dificuldades." Há famílias a pedir dinheiro ao banco para comprar material escolar
A Deco alerta na TSF que o momento é particularmente difícil em termos de taxas de juro.
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Há famílias que pedem dinheiro ao banco para comprar o material escolar nesta altura em que se prepara o regresso às aulas. Nesses casos, a Deco recomenda muita cautela. Natália Nunes, do gabinete de proteção financeira, lembra na TSF que o momento é particularmente difícil em termos de taxa de juro. Por isso, seja através de crédito pessoal ou recurso a cartão de crédito deve ser uma medida de último recurso e bem ponderada.
"Aquilo que verificamos é que as famílias, nos próximos meses, vão ter dificuldades em suportar os gastos que fizeram agora com a utilização do cartão de crédito. Relativamente ao recurso a um crédito pessoal, ele deve também ser bem ponderado. Deve fazer-se uma comparação das ofertas que existem no mercado e deve ver-se qual é a taxa de esforço e se temos ou não capacidade para suportar mais essa prestação. Não nos podemos esquecer que as famílias vivem momentos conturbados, temos taxas de juro no crédito à habitação que continuam muito elevadas e continuamos com a inflação ainda elevada", explicou Natália Nunes.
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O preço do material escolar voltou a aumentar este ano e um cabaz de oito artigos essenciais para os alunos custa agora mais 14% do que em 2022, segundo uma plataforma de comparação de preços.
A conclusão divulgada esta sexta-feira é da plataforma KuantoKusta, que analisou o preço médio de um conjunto de itens escolares, que incluem lápis, esferográficas, cadernos, mochilas, estojos, compassos, calculadoras científicas e pen-drives.
De acordo com a análise do KuantoKusta, comprar novo material escolar para os alunos está este ano 14,2% mais caro do que em 2022, registando-se um aumento de cerca de 33% face a 2021.
Para algumas famílias, à despesa habitual com o restante material escolar, acresce, este ano, a despesa com a compra de manuais escolares novos, por terem sido informadas pelas escolas de que os alunos que chegam agora ao 4.º ano iriam perder o direito ao voucher que permite ter novos manuais gratuitos porque os livros entregues estavam escritos ou riscados.
Apesar de o Ministério da Educação ter entretanto decidido abrir um período excecional para correções na atribuição dos vouchers, muitos pais já tinham comprado os livros para o próximo ano, explicou a dirigente da Confap.