Velórios com urnas fechadas e desinfetante? Funerárias queixam-se de falta de indicações da DGS
Funerárias dizem não ter direções da Direção-Geral de Saúde sobre como agir no caso de cerimónias fúnebres de vítimas do novo coronavírus.
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As agências funerárias queixam-se de ainda não terem recebido indicações técnicas da Direção-Geral da Saúde face à pandemia de Covid-19, apesar de já terem pedido esclarecimentos.
Em declarações à TSF, Carlos Almeida, presidente da Associação Nacional das Empresas Lutuosas (Anel), explica que está a receber muitos pedidos de informação por parte dos associados sobre o modo como se deve proceder no caso de um óbito por Covid-19.
"Não recebemos, até à data, qualquer instrução, apesar de, insistentemente, o termos solicitado à Direção-Geral da Saúde", lamenta Carlos Almeida.
Segundo a Associação Nacional das Empresas Lutuosas, as agências funerárias têm dúvidas sobre se os velórios das vítimas do novo coronavírus devem decorrer do mesmo modo que os outros. Contudo, Carlos Almeida alerta que "se a vida em sociedade é afetada por esta situação, então as cerimónias fúnebres também serão".
"Não poderá ser exigido que os operadores funerários realizem o mesmo tipo de cerimónia que se realizava quando não havia qualquer surto", reclama o representante das funerárias.
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Carlos Almeida defende a realização das cerimónias com urnas fechadas e com a disponibilização de gel desinfetante para todos aqueles que atendem ao velório.
"Todos os cuidados devem ser poucos para preservar os trabalhadores das empresas, as próprias empresas, e as pessoas em geral", lembra o presidente da Associação Nacional das Empresas Lutuosas. "Apelo ao bom senso dos enlutados, que, fragilizados, poderão não aceitar muito bem estes constrangimentos."
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.000 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.