Vice-presidente da bancada do PSD confirma que foi alvo de buscas na operação Vórtex
Joaquim Pinto Moreira revela que lhe foram apreendidos o computador pessoal e o telemóvel.
Corpo do artigo
O deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Joaquim Pinto Moreira, confirma que foi alvo de buscas domiciliárias por parte da Polícia Judiciária no âmbito da operação Vórtex em que lhe foram apreendidos o computador profissional e o telemóvel.
Num comunicado enviado às redações, o parlamentar garante que nada mais, "seja um documento ou qualquer outro elemento", foi apreendido nas buscas relacionadas com licenciamentos urbanísticos do anterior mandato da câmara de Espinho, que foi liderado por Pinto Moreira.
O atual presidente, o socialista Miguel Reis, está detido no âmbito desta operação e, já esta tarde, o seu chefe de gabinete, Nuno Cardoso, disse à agência Lusa que tal aconteceu porque o autarca é "o detentor da pasta do Urbanismo, pelo que é responsabilizado por operações dessa natureza que transitem do mandato anterior para o atual".
Nuno Cardoso afirma também que o ex-autarca só ainda não terá sido detido devido à sua imunidade parlamentar, já que atualmente exerce funções de deputado na Assembleia da República como eleito pelo círculo do Porto.
No comunicado que Pinto Moreira emitiu esta tarde, o deputado responde ao chefe de gabinete: "Repudio de forma veemente as declarações do Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Espinho, que irresponsável e inapropriadamente quis desviar o foco de uma investigação que não me tem, certamente, no seu epicentro."
Na mesma comunicação, o social-democrata esclarece que o que está a ser investigado "se reporta ao ano de 2022 e respeita a intenções de investimento não concretizadas e a operações urbanísticas tramitadas no atual".
Joaquim Pinto Moreira afirma "total disponibilidade" para cooperar com as autoridades e garante que, se vier a ser pedido o levantamento da sua imunidade parlamentar, estará ao dispor da justiça "seja em que qualidade for".
Através da Diretoria do Norte da PJ e com base num inquérito-crime titulado pelo Ministério Público do Porto, a operação Vórtex já envolveu esta terça-feira cerca de 20 buscas domiciliárias e não domiciliárias a serviços da Câmara de Espinho, residências de funcionários da autarquia e diversas empresas sedeadas nesse concelho e também no do Porto.
Dessa atividade resultou a detenção de cinco pessoas. Todos os detidos estão indiciados pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.
Segundo a PJ, "a investigação versa sobre projetos imobiliários e respetivo licenciamento", todos eles "respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras" envolvendo "interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".