Vieira da Silva defende, em declarações à TSF, que José Luís Carneiro "tem um currículo de pessoa que faz" e alerta para "aventuras frentistas".
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José António Vieira da Silva fez parte da geringonça, admite que o acordo com o Bloco de Esquerda e com o PCP cumpriu um papel, mas o PS não deve fechar-se à esquerda. O antigo ministro e nome próximo de António Costa é um dos apoiantes de peso de José Luís Carneiro, o único que "salvaguarda a autonomia estratégica do partido".
Vieira da Silva defende, em declarações à TSF, que o candidato da ala moderada "tem um currículo de pessoa que faz" e alerta para "aventuras frentistas".
"É fundamental que o PS mantenha a sua autonomia estratégica e que tenha muito cuidado com qualquer tentação frentista de esquerda", avisa.
Palavras que seguem para o candidato da dita "ala esquerda", ou seja, Pedro Nuno Santos. Vieira da Silva nota ainda evidentes diferenças entre as duas principais candidaturas: das questões europeias à economia.
"São razões que dificultam aquilo que me parece ser o objetivo da candidatura de Pedro Nuno Santos: uma nova confluência estratégica com a esquerda. É a linha política que Pedro Nuno Santos tem defendido nos últimos anos", critica.
É caso para perguntar: será este um apoio, principalmente, contra Pedro Nuno Santos? "Quando há dois candidatos, é sempre a favor de um e contra o outro", responde o socialista.
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No entanto, Vieira da Silva lembra que o PS "tem uma larga tradição democrática" e será esse o tom do debate durante a campanha interna para a sucessão de António Costa.
Questionado se o PS deve viabilizar um governo minoritário do PSD, Vieira da Silva deixa a resposta para depois das eleições.
"Cada partido deve ir às eleições para procurar vencê-las, com o seu programa e com as suas ideias. Depois, em função do resultado, vamos ver como é que o país encontra as melhores soluções de Governo para as portuguesas e os portugueses", acrescenta.
As eleições internas para a sucessão de António Costa decorrem a 15 e 16 de dezembro, e o congresso para a posse do novo líder do partido acontece a 6 e 7 de janeiro.