Vistos "gold": PCP e Bloco querem Portas no Parlamento, o PS diz que caso «fere» o Estado português
O PCP e o Bloco de Esquerda querem ouvir o vice-primeiro-ministro Paulo Portas no Parlamento por causa das investigações em curso da Polícia Judiciária que já levaram à detenção de elementos de topo da administração pública. Pelo PS António Costa é mais cauteloso e fala da importância de se esclarecer tudo.
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«O grupo parlamentar do PCP vai requerer a presença urgente na comissão de economia do senhor vice-primeiro-ministro [Paulo Portas] para discutir esta figura dos vistos "gold" e as consequências que ela tem vindo a criar», disse o deputado do PCP António Filipe, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Falando depois do anúncio da detenção de 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, no âmbito de uma investigação sobre atribuição de vistos "gold", o deputado comunista considerou que a criação deste mecanismo não fomentou «investimentos produtivos úteis ao país».
Também o Bloco de Esquerda (BE) requereu a audição parlamentar de Paulo Portas, e considerou que este deve «tirar consequências» por ser o «responsável político» pela criação dos vistos "gold, que são «uma via verde para negociatas sem critério».
Já António Costa é bastante mais cautelo que os partidos à esquerda. O líder dos socialistas não exige para já responsabilidades políticas. Em declarações à agência Lusa o socialista António Costa fala da importância de se esclarecer tudo e mostra-se surpreendido com o caso.
Interrogado se o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, deve ser chamado ao parlamento para dar explicações sobre a utilização da figura do 'visto gold', o socialista Vieira da Silva alegou que é preciso «dar tempo aos instrumentos de funcionamento do Estado de Direito - e, aparentemente, esses instrumentos estão a funcionar».