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Num debate esta quinta-feira na Ordem dos Engenheiros, sobre o combate à seca em Portugal, Carmona Rodrigues confessou que foi ver os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos e concentrou-se na barragem do Alto Lindoso, onde foi este mês suspensa a produção hidroelétrica.
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"Há um ano exatamente a barragem do Alto Lindoso estava cheia e descarregou. Passados 12 meses o nível da água baixou 46 metros. Eu fico atrapalhado só de pensar no que pode ter acontecido e se na utilização da água está isto previsto", questiona Carmona Rodrigues.
Face a este quadro, o engenheiro hídrico faz um apelo: "Acho que há a necessidade de emergência de rever alguns contratos. Quero alertar que para as questões da escassez temos que olhar para a oferta e para a procura, mas temos que olhar para a gestão."
A água é um bem público e tem que ser o Estado a controlar a sua gestão.
Neste debate na Ordem dos Engenheiros, o bastonário Mineiro Aires defendeu que é suicídio responder à seca com um aumento de consumo das águas subterrâneas.
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Cerca de 44% da água consumida em Portugal já vem de aquíferos. Para o bastonário Mineiro Aires, "nós estamos a viver um período de escassez hídrica em que o recurso águas subterrâneas pode levar a um suicídio, ou pode levar a uma situação ainda mais complicada, esse foi o caminho seguido noutros países, nomeadamente em Espanha que levou a ficarem exauridos dos recursos subterrâneos e com os solos salinizados. Nós temos que ter muita atenção a isso".
Outro dos intervenientes neste debate, o presidente da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), Nuno Lacasta, anunciou que "os Planos de Gestão de Seca estão em preparação" e a APA conta tê-los prontos ainda este ano.
LEIA AQUI TUDO SOBRE A SECA EM PORTUGAL