
Beatriz Gomes Dias
Gerardo Santos / Global Imagens
Vereadora do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa propõe criação de programa municipal "Lisboa, cidade esponja". Objetivo passa por usar soluções baseadas na natureza para enfrentar as cheias e outros fenómenos climáticos extremos.
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Se os fenómenos climatéricos de anos anteriores já eram motivo suficiente, a última semana vem provar para o Bloco de Esquerda a urgência de tomar medidas para combater as cheias na capital portuguesa. É nesse sentido que o partido deu entrada de uma proposta para que a Câmara Municipal crie o programa "Lisboa, cidade esponja", mandatando os serviços para, em seis meses, realizarem o estudo preliminar e orçamento.
Potenciada a reflexão pelos acontecimentos da última semana, o Bloco vem agora propor que sejam criadas "zonas da cidade que permitam a absorção da água como uma esponja faz". À TSF, a vereadora Beatriz Gomes Dias diz que a ideia deste plano pode ser concretizada "criando telhados verdes, reflorestando determinadas zonas, impedindo a construção em zonas ribeirinhas e nos leitos de cheia de modo a poder renaturalizá-los, ou seja, plantar espécies específicas dessas zonas que têm grande capacidade de absorção de água".
"Isso pode ser feito em várias zonas da cidade, por isso é que é necessário fazer este plano que irá identificar as zonas que podem ser rearborizadas e revitalizadas com a plantação de espécies específicas para contribuir para absorção da água", destaca Beatriz Gomes Dias.
Questionada sobre os custos que uma medida destas pode implicar, a vereadora deixa essa resposta para ser dada precisamente pelos serviços municipais, isto porque a proposta "mandata os serviços da CML e a Agência E-nova para, no prazo de seis meses, realizar o estudo preliminar para o Programa Municipal: 'Lisboa, Cidade Esponja'". "Consideramos que esta é uma proposta importante e os serviços irão elaborar este plano indicando em que zonas pode ser implementado e os custos da sua implementação", defende a bloquista.
Entendendo que esta é uma medida paralela ao plano de drenagem para a cidade, a vereadora do Bloco aponta também que "a renaturalização do ambiente urbano e a desimpermeabilização dos solos em zonas em que estão ribeiras e, principalmente, nas zonas dos leitos de cheias" é a resposta adequada e à qual estão a chegar "muitas cidades no mundo que são assoladas com cheias catastróficas com alguma frequência".