Presidente da Câmara de Lisboa garante que era impossível prever as inundações que têm afetado a capital.
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O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou esta terça-feira, em direto na emissão especial da TSF dedicada aos efeitos da intempérie, que precisa da "ajuda rápida do Governo central" para apoiar quem ficou lesado com as inundações da última semana na capital.
"Da parte da câmara vou fazer tudo o que é possível para começar a ajudar rapidamente estas pessoas. Aquilo que vi foi catastrófico porque, numa semana, já vi duas vezes as mesmas pessoas, as mesmas lojas, os mesmos cafés completamente inundados, mas essas são decisões que competem ao Governo. Agora, o mais importante é que o Governo possa ajudar. Precisamos de uma ajuda rápida do Governo em termos monetários para poder ajudar estas pessoas, isso é o mais importante. Como presidente da câmara preciso da ajuda rápida do governo central", sublinhou à TSF Carlos Moedas.
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Segundo o autarca, era impossível prever as inundações que têm afetado a capital.
"É importante as pessoas terem consciência de que numa semana tivemos dois fenómenos que, normalmente, têm probabilidade de acontecer de 100 em 100 anos. Demonstra a imprevisibilidade que as alterações climáticas estão a trazer ao nosso planeta. Isto já aconteceu muito em Lisboa, mas nunca com esta frequência", explicou Carlos Moedas.
A madrugada desta segunda para terça-feira foi "ainda pior" do que as inundações da semana passada.
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"Só para terem uma ideia, tivemos 635 ocorrências, comparando com 367 na semana passada. Foi uma noite e um dia complicado, mas em que todas as forças - Proteção Civil, bombeiros, polícia municipal e serviços da câmara - estiveram na rua para conseguir ajudar nestes momentos muito difíceis", revelou o presidente da Câmara de Lisboa.
Para o também engenheiro, os túneis são a única solução eficaz para Lisboa, uma cidade constituída por duas bacias: uma oeste e central e outra a oriente.
"Quando a água chega a essas duas bacias vai escorrer pelos antigos rios e ribeiros, como é o caso do caneiro de Alcântara e outros, até à zona baixa da cidade. Se tivermos estes túneis, que vamos finalmente começar a construir em março, vamos evitar este tipo de cheias. É a única solução estrutural que temos. Até lá não podemos fazer nada, como no passado não se fez", acrescentou.