Ministro Gomes Cravinho assinou despacho a classificar a diretiva como documento de trabalho que "carecia de aprovação superior". No ofício enviado inicialmente aos militares nunca foi referido tratar-se de um documento não finalizado e a carecer de contributos.
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Depois de várias críticas das Forças Armadas, o ministro da Defesa assinou, esta sexta-feira, um despacho a classificar "a diretiva como um documento de trabalho". A informação foi confirmada à TSF por fonte oficial do Governo.
A diretiva era clara e assinada pela secretaria-geral do Ministério da Defesa Nacional: versava sobre a utilização da linguagem não discriminatória nas Forças Armadas, seja em documentos oficiais, seja nas comunicações e no material de relações públicas.
Mas, mal a notícia foi conhecida, provocou contestação entre os militares e agora o Ministério da Defesa Nacional decidiu recuar.
Depois de a TSF ter divulgado a diretiva, o ministério emitiu uma nota a afirmar que o documento tinha sido enviado ao Estado-Maior General das Forças Armadas e aos ramos militares no sentido de "recolher contributos e melhorias, e que, só depois da audição de todos os envolvidos e integrados os contributos considerados pertinentes, a diretiva se assumiria como documento final".
Acontece que no ofício enviado inicialmente, nunca, em qualquer parte, se lê que se te trata de um documento para recolha de contributos. De resto, no assunto apenas se lê "diretiva sobre a utilização de linguagem não discriminatória".
Ainda assim, e para que não restem dúvidas, o ministro João Gomes Cravinho assinou, esta sexta-feira, um despacho a invalidar o documento enviado.
No documento a que a TSF teve acesso, o ministro escreve que "por carecer de aprovação superior, e por se tratar de um documento de trabalho que não evidencia um estado de maturação adequado, devem considerar-se anulados os referidos ofícios".