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Já está marcada - para a próxima quarta-feira - a primeira reunião para discutir a proposta do Governo de aumentos intercalares na administração pública e uma aceleração da revisão das carreiras, confirmou a presidência do Conselho de Ministros à TSF.
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No dia 29 de março o Governo vai apresentar aos sindicatos as propostas que esta quarta-feira foram genericamente anunciados pelo primeiro-ministro no Parlamento, mas ainda sem valores concretos.
António Costa mostrou-se disponível para rever os salários dos trabalhadores da função pública, referindo que a inflação em 2022 foi superior à que o Governo tinha inicialmente previsto.
Ouvidas pela TSF, as federações sindicais da administração publica limitaram-se a confessar expectativa para ouvir as propostas do Governo.
Sebastião Santana, secretário-geral da Frente Comum, sublinha que a resposta de António Costa mostra que vale a pena lutar. "Isto acontece depois de uma grande greve dos trabalhadores da administração pública na passada sexta-feira, promovida pela Frente Comum, e de uma manifestação nacional promovida pela CGTP", aponta.
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"O que estamos à espera é que na reunião da próxima quarta-feira (...) o Governo faça aquilo que não tem feito: apresentar uma proposta que seja objetivamente negocial e não uma imposição, e que essa proposta reponha aquilo que é o poder de compra e inverta este caminho de empobrecimento."
Sebastião Santana espera uma proposta "objetivamente negocial"
A Frente Comum vai levar uma proposta concreta para a reunião com o Governo: "um aumento de 10% para todos os trabalhadores, com um mínimo de 100 euros".
"É a nossa base negocial", afirma Sebastião Santana. "Ajudaria os trabalhadores da administração pública a recuperarem o poder de compra que têm perdido ao longo dos tempos e que com esta inflação se tem verificado ainda mais."
"A Frente Comum jamais assinará um acordo de empobrecimento, portanto vamos ver que proposta é que o Governo traz. Se está objetivamente com esta preocupação, e está mesmo interessado em inverter esse caminho, pois que o faça, porque tem todas as condições económicas e políticas para o fazer", considera.
Também José Abraão, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), espera que a proposta do Governo valorize os salários dos trabalhadores da função publica, acima da inflação.
"Tudo o que seja o repor aquilo que foi inflação é pouco, é curto", defende. "Se de facto o Governo, conforme anunciou e está previsto no acordo, pretende uma valorização dos salários no que diz respeito à percentagem do PIB, aproximando à média europeia, seguramente esperamos que o Governo, ao corrigir, venha corrigir por valores que mantenham a trajetória de chegarmos ao final da legislatura com os tais cerca de 48% de despesa nos salários por relação com o PIB".
José Abraão espera que o Governo vá mais longe na revisão salarial
Maria Helena Rodrigues, dirigente do Sindicatos dos Quadros Técnicos do Estado (STE) espera pela proposta do Governo, mas traça desde já uma fasquia mínima.
"Fizemos um acordo com o Governo, agora há a hipótese de alteração desse acordo. Vamos ver quais são as propostas que o Governo nos apresenta, mas se fala num valor da inflação - corrigir de acordo com o valor que se registou para a inflação - é disso que estamos à espera, no mínimo, e com retroativos."
Maria Helena Rodrigues espera aumentos, no mínimo, indexados à inflação
Esta quarta-feira no debate sobre política geral, no parlamento, António Costa assumiu que quando foram assinados os acordos relativos aos salários da função pública previa-se que a inflação fosse de 7,4% em 2022.
"Porque verificamos que há uma alteração dos pressupostos com base nos quais foram assinados os acordos com a função pública, [estamos disponíveis] para falar com os sindicatos em matéria de rendimento dos trabalhadores da função pública", declarou o primeiro-ministro.