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O ministro das Infraestruturas, João Galamba, volta a negar que tenha tentado ocultado quaisquer informações à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP e afirma que vai manter-se no cargo.
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"Eu entendo que tenho todas as condições para participar neste Governo e estou aqui, de facto, como ministro das Infraestruturas neste Governo", afirma João Galamba em declarações aos jornalistas no Ministério das Infraestruturas este sábado.
"Quero concentrar-me no que é essencial, que é a defesa da verdade", destaca, reiterando que o "Ministério nunca quis ocultar a existência de quaisquer notas à CPI", como acusa o ex-adjunto Frederico Pinheiro, "antes pelo contrário."
"Reitero a negação categórica das acusações de tentar condicionar ou omitir informações prestadas à CPI da TAP. Acrescento que a prova de que essas acusações são falsas e contraditórias é o facto de toda a informação recolhida ter sido enviada, graças à insistência do meu gabinete junto do doutor Frederico Pinheiro, o que pode facilmente ser comprovado por múltiplas mensagens e pelos testemunhos de quem presenciou este infeliz episódio."
Ouça o comentário de Paulo Baldaia aos desenvolvimentos da polémica com a TAP e João Galamba.
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"Posteriormente à exoneração, o adjunto dirigiu-se às instalações do Ministério das Infraestruturas, onde procurou levar o computador de serviço, o que tentou fazer recorrendo à violência junto da chefe de gabinete e de uma assessora", condena, explicando que foi, nesta altura, contactada a PSP. As três mulheres terão esperado numa das casas de banho do ministério, "com medo".
"Estes factos foram devidamente denunciados às autoridades competentes pelas agredidas. No estrito cumprimento da lei, a minha chefe de gabinete comunicou às autoridades competentes o alerta para um furto de um computador portátil, propriedade do Estado português, que continha informação classificada pelo Gabinete Nacional de Segurança. Essas autoridades agiram no cumprimento das suas competências e no quadro da informação que a minha chefe de gabinete lhes transmitiu como era seu dever."
O ministro das Infraestruturas diz que reportou ao secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e à ministra da Justiça o roubo do computador pelo adjunto exonerado, tendo-lhe sido dito que deveria comunicar ao SIS e à PJ. "Eu não estava no ministério quando aconteceu a agressão à minha chefe de gabinete e à minha adjunta. Liguei imediatamente ao senhor primeiro-ministro. O senhor ministro estava, penso que a conduzir, e não atendeu. Liguei ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro a quem reportei este facto. Julgo que estava ao lado do secretário de Estado, também junto do primeiro-ministro, da Modernização Administrativa."
"Reportei o facto e disseram-me que o meu gabinete devia comunicar estes factos àquelas duas autoridades, coisa que fizemos", explicou, referindo-se ao SIS e à Polícia Judiciária.
Sobre as declarações de Frederico Pinheiro - que acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a "reunião preparatória" com a ex-CEO - "os factos mostram que não se trata aqui de haver versões contraditórias", garante João Galamba. "Os factos são claros, diria mesmo cristalinos, e demonstram os esforços de todos os elementos da minha equipa para que tudo fosse recolhido."
As notas em causa, esclarece, são apontamentos recolhidos pelos membros do seu gabinete na reunião em que a ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener esteve presente antes de ser ouvida no Parlamento. "Por esta ocasião, nenhum dos membros na reunião deu indicação de existirem quaisquer elementos documentais, nem sequer de ter havido qualquer combinação de perguntas e respostas", sublinhou João Galamba, acrescentando que há "diversas testemunhas que podem corroborar".
Em 24 de abril, no último dia do prazo para entrega da informação pedida pela comissão de inquérito ao Ministério das Infraestruturas, Frederico Pinheiro informou que teria notas "pessoais" desta reunião que ainda não tinham sido entregues.
O ministro das infraestruturas argumenta que "no momento em que se percebeu que afinal, não estava tudo recolhido" foi pedida "uma prorrogação de prazo" precisamente para "cumprir cabalmente com as nossas obrigações perante a CPI", como acabou por ser feito, assegura.