
A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva
António Pedro Santos/Lusa
Numa entrevista à TSF, a ministra de Estado e da Presidência esclarece, ponto por ponto, as exceções à proibição de circulação no contexto do estado de emergência, mas deixa agora um alerta: a regra é mesmo ficar em casa.
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O Governo diz que há exceções à regra do recolher obrigatório, que permitem, a todos, levar uma vida com um mínimo de normalidade, mas a ministra de Estado e da Presidência explica à TSF que é essencial que todos se concentrem, não nas exceções, mas na regra de ficar em casa, sempre que possível.
"Mais do que as exceções, importa-nos, em primeiro lugar, compreender a regra, e a regra, num momento em que o país tem, no dia de ontem, 5784 casos, mais internados nas unidades de cuidados intensivos (neste momento, já são 378), é podermos ficar em casa sempre que tal for possível", alerta a governante.
Mariana Vieira da Silva diz compreender as perguntas sobre as exceções, mas não quer deixar de dizer que "o mais importante neste momento é podermos ficar em casa, diminuindo ao mínimo os nossos contactos socais, podendo trabalhar, podendo ir à escola e podendo fazer algumas outras coisas, mas num contexto a que, a cada dia, devemos procurar restringir o mais que podemos os nossos contactos sociais; é a única maneira".
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Entre as exceções previstas, a ministra clarifica alguns aspetos que na declaração do primeiro-ministro, na madrugada de sábado para domingo, possam ter ficado menos claros. Em primeiro lugar, "existe a possibilidade de circulação nestes horários para todos aqueles que estejam a trabalhar, a caminho do trabalho ou a regressar do trabalho".
Está também protegida a "possibilidade de, por motivos de saúde, se deslocar, desde logo à farmácia, para a aquisição de produtos, mas também a qualquer centro hospitalar". Há ainda outras exceções "relacionadas com situações de emergência, de vítimas de violência doméstica, por exemplo".
Mariana Vieira da Silva também elenca a "possibilidade de pais cumprirem as suas obrigações familiares, caso estejam divorciados e ocorra num destes períodos um momento em que é preciso cumprir essas obrigações parentais", como situação extraordinária visada pela dispensa de ficar em casa.
Outras exceções salvaguardadas são as deslocações a mercearias e supermercados, ou outros estabelecimentos de venda de produtos essenciais, bem como "pequenos passeios pedonais, à volta de casa ou para passear o animal doméstico", esclarece a ministra. Quanto à reserva das próximas quatro manhãs de fim de semana para possíveis idas ao supermercado, a ministra salienta: "Não é porque seja um objetivo que toda a gente saia de casa, é para permitir que não existam ajuntamentos e que as pessoas possam, na maior segurança, fazer as suas compras."
"Há bens essenciais, e há compras que temos mesmo de fazer, e outras coisas que o não são", diferencia, no entanto, a ministra, que volta a frisar: a regra deve ser "ficar em casa", e o Governo "só toma estas medidas porque as considera necessárias neste momento".
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Mariana Vieira da Silva não estabelece metas em termos de infetados ou internados, mas admite que a ideia é achatar a curva, e reduzir as transmissões. "O objetivo de achatar a curva tem de ser mesmo aquele que está presente. Já há alguns meses dissemos que era natural que os casos crescessem, e agora chegou o momento de voltar a inverter a curva. O objetivo principal nesta primeira fase é fazer a transmissão baixar para 1, ou seja, cada um de nós contagiar menos do que uma pessoa, em média."
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