Marcelo nega "cunha" para tratar gémeas no Santa Maria e admite recorrer à Justiça
Segundo a mãe das bebés e médicos do hospital, o presidente terá conseguido que as irmãs recebessem aquele que é considerado "o medicamento mais caro do mundo" em Lisboa.
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O Presidente da República nega qualquer interferência para que duas gémeas que vivem no Brasil tenham recebido um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital Santa Maria, em Lisboa.
A suspeita foi levantada numa reportagem emitida pela TVI esta sexta-feira, em que a mãe das crianças admite que recorreu a uma "cunha" de Marcelo Rebelo de Sousa.
Já este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa admite levar o caso à Justiça se for diretamente implicado no processo
"Se aparecer alguém - que até agora não apareceu - aí não tenho outro remédio (...) se não, eventualmente, ir a tribunal para comparar a minha a minha verdade com a verdade dessa pessoa."
É uma questão de "defesa da honra do Presidente da República", disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas à margem do Encontro Nacional de Cuidadores Informais, em Setúbal.
"O Presidente da República não pode estar sujeito a uma suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém."
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O Hospital de Santa Maria abriu uma auditoria para perceber como é que as duas bebés receberam, em 2019, aquele que é considerado "o medicamento mais caro do mundo", depois de terem sido diagnosticadas com atrofia muscular espinhal, apesar da oposição de vários neuropediatras do hospital.
É "clarinho, clarinho" que houve uma cunha, garantiu à TVI, António Levy Gomes, coordenador da unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria.