O primeiro-ministro sublinhou a necessidade de uma resposta conjunta e solidária da Europa, mesmo que não passe pela emissão de corona bonds.
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O primeiro-ministro, António Costa, considera que há muitas formas de responder à crise económica europeia, causada pela pandemia de Covid-19, além dos chamados "corona bonds" (emissão de obrigações conjuntas). O líder do Governo defendeu, esta manhã, que o importante é que a União Europeia esteja unida e seja solidária nestes momentos difíceis.
"Não temos de nos agarrar como se fosse um fetiche mágico a nome e as designações", afirmou António Costa, em entrevista à rádio Renascença. "Seja corona bonds, seja apoios diretos com base no orçamento da União Europeia, seja com novas contribuições dos Estados. (...) há muitas formas de conseguir [dar resposta à crise]", assegurou.
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Depois de a União Europeia já ter afirmado que a emissão de corona bonds não deverá ser a solução para este tipo de crise, o primeiro-ministro lembra que o essencial é que a Europa "tenha uma resposta comum e solidária".
Referindo-se ao momento em que o ministro das Finanças holandês sugeriu que países como a Espanha fossem investigados pelo facto de não terem meios financeiros para combater o surto do novo coronavírus - declarações que o próprio António Costa classificou como "repugnantes" -, o primeiro-ministro assumiu que houve um momento "muito tenso", mas que foi essencial para que a Europa percebesse que precisa de ser solidária.
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Na opinião de António Costa, já foram dados alguns primeiros passos, avanços positivos que o chefe do Governo português espera que vão mais além na reunião do Eurogrupo da próxima semana.
"É fundamental que a Europa não desista de si própria e não dê uma imagem errada de si aos seus povos e ao mundo", declarou o primeiro-ministro, sublinhando que o território não pode deixar-se também contagiar pelo "vírus da divisão".
"Seria absolutamente irresponsável deitar abaixo tudo o que construímos nestes 70 anos, quando estamos precisamente num momento só comparável com o que levou à criação da União Europeia [a Segunda Guerra Mundial]", apontou.
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