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O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) considera uma "notícia muito positiva" a colocação de quase 50 mil alunos na primeira fase de acesso, algo que acontece pela terceira vez consecutiva. Em declarações à TSF, Mariana Gaio Alves diz que estes resultados são reflexo do investimento que os jovens fazem no ensino superior e que "valorizam esse investimento" , uma aposta que é importante para o país".
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SNESup diz que é uma "notícia muito positiva" que perto de 50 mil alunos tenham sido colocados no Ensino Superior
Mariana Gaio Alves concorda com o presidente do Conselho de Reitores das Universidades que já este domingo, na antena da TSF, alertou que pode haver desistências, com a inflação e os custos da energia cada vez maiores. A presidente do sindicato diz também que é preciso aumentar o financiamento do ensino superior para dar melhores condições aos alunos.
"O SNESup tem vindo a alertar que um de um crescimento de alunos no ensino superior significa que temos, também, de olhar para as condições que temos para os acolhe, tanto em termos de instalações físicas, quanto em termos de número de professores. Partilhamos as preocupações que têm estado a ser manifestadas porque, na conjuntura atual, temos um agravamento das dificuldades económicas, com o crescimento da inflação. Os orçamentos das universidades e politécnicos estão a ficar ainda mais sobrecarregados do que já estavam", alerta a responsável.
E para lá do financiamento, a presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior pede que se olhe para os contratos dos professores, defendendo que são necessárias "condições" para dar "estabilidade" aos professores que, cada vez mais, "são contratados a tempo parcial e transitoriamente".
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Sindicato pede condições de estabilidade para os professores. Ouça as declarações ao jornalista Miguel Laia
Os últimos dados disponíveis, diz, "indicavam que já havia 42% dos professores no ensino superior nessas condições", uma "tendência que poderá agravar-se na atual conjuntura", alerta. "É preocupante, porque precisamos de ter estabilidade do corpo docente para acolher o número crescente de alunos e garantir-lhes a formação adequada", acrescenta.
Quase 50 mil alunos conseguiram entrar para o ensino superior na primeira fase do concurso nacional de acesso, em que só 19% dos candidatos não obtiveram colocação, segundo os resultados hoje divulgados.
No total, são 49.806 novos estudantes no ensino superior público, o segundo maior número em 33 anos, superado apenas pelos quase 51 mil alunos que ficaram colocados na primeira fase do concurso em 2020.
Por outro lado, diminuiu o número de alunos que, para já, ficaram de fora: dos 61 mil candidatos, 11.701 não conseguiram ainda colocação numa universidade ou politécnico, o equivalente a 19%, menos quatro pontos percentuais face ao ano anterior.
Para a primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram disponibilizadas 54.641 vagas, incluindo cerca de mil vagas adicionais incluídas no concurso na sequência de um despacho da tutela para responder ao elevado número de candidatos.
Desse total, sobram agora 5.284 vagas para a segunda fase, que arranca na segunda-feira e termina em 23 de setembro. Os resultados serão depois conhecidos no dia 30 de setembro.