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A Associação Lisbonense de Proprietários está contra a proposta do Bloco de Esquerda para controlar as rendas da habitação e pede cuidado na legislação.
"Imagine um proprietário que tenha feito um empréstimo de uma casa para arrendamento. Com o que é que se vê confrontado agora: os juros sobem e nesses não qualquer limite, mas as rendas que ele pode cobrar estariam a ser limitadas a 2%. Esse proprietário está neste momento a perder dinheiro", explicou à TSF o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários e antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Menezes Leitão.
O líder da associação lisboeta acredita que, "se estabelecem controlos às rendas, o resultado prático disto é que o arrendamento torna-se num negócio em que ninguém quer investir" e, por isso, este tipo de medidas deve ser tratado "adequadamente" e pede "muito cuidado para não causar o caos no mercado".
"Os preços das rendas devem resultar exclusivamente do jogo do mercado, da oferta e da procura. E precisamente quando se quer intervir no mercado estabelecendo limitações artificiais, o resultado que se consegue é afastar as pessoas de qualquer intenção de colocar as casas no mercado. É precisamente isto que se está a passar", considera, deixando ainda um ataque ao Bloco de Esquerda: "Infelizmente, isto não nos surpreende, porque o Bloco de Esquerda é useiro e vezeiro em apresentar propostas que lançam o caos no âmbito do setor da habitação em Portugal e são em grande parte responsáveis pelo estado calamitoso em que está hoje o nosso parque habitacional."
"A maior parte dos proprietários hoje não quer arrendar, porque têm medo de que, quando colocam uma casa no mercado, essa casa nunca lhes venha a ser devolvida e apareçam medidas a controlar as rendas. Basta ver que este ano já houve um controlo de rendas. Isto não é novidade nenhuma. Este ano que temos uma inflação de 9%, os proprietários viram, por lei, a subida de rendas limitadas a 2%, quando ninguém subiu as prestações aos bancos", critica Menezes Leitão.
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