- Comentar
No segundo dia de um total de duas semanas de greve sem serviços mínimos decretados, a CP - Comboios de Portugal suprimiu 552 dos 557 comboios que estavam programados até às 12h00 desta quinta-feira, tendo circulado apenas cinco. A informação foi avançada à TSF por fonte da CP, que fala numa adesão à greve de 98%.
Relacionados
Ambulâncias paradas em diversos pontos do país devido a dia de protesto
Em dia de greves, CP realizou sete dos 807 comboios programados até às 16h00
Mais um dia de greve na CP. Até às 10h00, circularam 17 comboios e foram suprimidos 418
O sindicalista António Domingues avisa que esta é uma resposta clara dos trabalhadores que não pode ser ignorada pela empresa
"É uma resposta clara que, quer a tutela, quer a empresa, não podem ignorem. Aquilo que nós prevíamos está a acontecer: Ao longo do dia o que prevemos é que não haverá qualquer comboio a circular em Portugal. É a prova da insatisfação generalizada dos trabalhadores", diz, em declarações à TSF.
Ouça aqui as declarações de António Domingues à TSF
António Domingues, do Sindicato dos Maquinistas lembra as reivindicações: "Tem a ver com as instalações sociais, as condições de trabalho nos parques, material circulante, um efetivo protocolo de acompanhamento aos maquinistas que são envolvidos em acidentes, depois há a questão salarial que não deixa de ser muito importante."
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Com uma inflação recorde registada em 2022, o sindicalista António Domingues exige a reposição do poder de compra.
"São cortes salariais indiretos nalguns casos até superiores àqueles que aconteceram durante a troika. Neste momento, os cortes são semelhantes e são irreversíveis porque a acumular à inflação de 2022, há a inflação de 2023. Aquilo que exigimos é a reposição do poder de compra", sublinha.
A CP informou no início da semana que o Tribunal Arbitral não decretou serviços mínimos para a greve de trabalhadores que começou na quarta-feira e alargou as previsões de "fortes perturbações" na circulação até 21 de fevereiro.
Assim, a empresa prevê "fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional", no período entre as 00h00 de quarta-feira e as 24h00 do dia 21.
Na sexta-feira passada, a CP já tinha alertado para "fortes perturbações na circulação, em todos os serviços por motivo de greves, "convocadas pelos Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI)".
O anúncio da greve dos trabalhadores da CP e da IP, devido à falta de resposta às propostas de valorização salarial, foi feito em 25 de janeiro pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Em causa está a falta de resposta das duas empresas às propostas de valorização salarial.
Para os sindicatos, as propostas entregues "ficam muito aquém" dos valores necessários para que seja reposto o poder de compra dos trabalhadores.
Também a Fertagus, que liga Lisboa e Setúbal, deu conta de possíveis "perturbações" esta quinta-feira por causa da greve Infraestruturas de Portugal (IP).
Numa nota publicada no seu 'site', a Fertagus - que explora esta linha ferroviária, com passagem pela Ponte 25 de Abril, mediante o pagamento de uma taxa de utilização à IP - refere que os condicionamentos na circulação dos comboios vão registar-se entre as 00h00 e as 24h00 desta quinta-feira.
* Notícia atualizada às 12h25