Está a ser pedido aos técnicos que desinfetem os óculos de proteção já utilizados com lixívia para voltarem a usá-los.
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O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está a pedir aos técnicos que reutilizem material de proteção, depois de transportarem e assistirem doentes infetados com Covid-19.
A denúncia é feita pelo presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Pedro Moreira, que, em declarações à TSF,explica que a Direção-Geral da Saúde (DGS) é clara em relação ao uso deste material: deve ser descartado.
"Segundo a DGS, todo o material de proteção - falamos de batas, máscaras, óculos, toucas,... - tem de ser descartável. Ora, o que o INEM, neste momento, está a pedir aos técnicos é para reciclar algum desse material e não está a fornecer toucas nem cobre-botas", denunciou o sindicalista.
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"Não podemos aceitar que, já tendo técnicos a trabalhar sob um ambiente de enorme stress, ansiedade e medo associado a este quadro de pandemia, que se coloque tanto estes técnicos como os utentes e toda a comunidade, por falta de equipamento, expostos à possibilidade de contágio de Covid-19", declarou.
Pedro Moreira reafirma que, sem material adequado, os técnicos do INEM não podem exercer as suas funções.
"Não estando em segurança, não podem prestar socorro. Não existindo material de proteção, não podem trabalhar", sublinha.
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O sindicato admite a possibilidade de apresentar uma queixa à Provedora da Justiça e acusa o INEM de estar a racionalizar material, quando há empresas no mercado a vender equipamento
"Temos conhecimento de empresas que estão disponíveis para fornecer fatos e que têm máscaras para entrega. Como tal, estranhamos esta situação estar a acontecer", atirou Pedro Moreira.
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A TSF pediu esclarecimentos ao INEM sobre este assunto, mas, até ao momento, não obteve qualquer resposta.
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