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Cinco cidadãos e uma pessoa coletiva foram acusados dos crimes de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas e associação criminosa, anunciou, esta sexta-feira, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
No âmbito de uma investigação criminal realizada pelo SEF, "foram investigados factos relacionados com a alegada atividade de exploração laboral de trabalhadores estrangeiros irregulares em território nacional, com a utilização de empresas de fachada, os quais eram colocados a trabalhar em tarefas agrícolas na zona de Serpa, e sem receber o que lhes era devido".
"Estes cidadãos eram alegadamente sujeitos a trabalhos agrícolas pesados, várias horas por dia, à revelia da legislação laboral, passando fome e frio. Os arguidos, agora acusados, alegadamente recorriam a ameaças e assumiam posturas agressivas de forma a manterem a sua autoridade", informa o SEF, em comunicado enviado à TSF.
O modo de operação passava também pelo arrendamento de casas, "em regra degradadas, onde colocavam as pessoas que viessem a trabalhar para si, sem condições sanitárias e de higiene".
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SEF com 29 inquéritos por crimes ligados a exploração de imigrantes no Alentejo
Na semana passada, o SEF revelou a existência de 29 inquéritos que decorrem no Alentejo, quase um terço em Odemira, por suspeitas de crimes relacionados com exploração de imigrantes, como tráfico de pessoas.
Os inquéritos-crime decorrem em nove comarcas e sob investigação estão 44 pessoas e 26 entidades patronais, referiu o SEF, por escrito, em resposta a perguntas da agência Lusa, precisando que estavam em causa 17 crimes de auxílio à imigração ilegal e 12 de tráfico de pessoas.
A comarca de Odemira, no distrito de Beja, é a que tem mais inquéritos a decorrer, num total de 10, sendo oito pelo crime de auxílio à imigração ilegal e dois pelo de tráfico de pessoas.
Os restantes 19 inquéritos decorrem nas comarcas de Évora (cinco), Beja (quatro), Serpa (três), Grândola e Portalegre, com dois cada, e Elvas, Ferreira do Alentejo e Ourique, com um cada.