A poucas horas da cerimónia de encerramento da Cimeira do Clima, em Paris, já é certo o adiamento do acordo, pelo menos até amanhã.
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O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, anunciou esta madrugada que ainda não há acordo em relação ao texto final sobre as Alterações Climáticas.
As delegações estiveram reunidas até perto das 6:00. No final, questionado pelos jornalistas, o chefe da delegação norte-americana, Todd Stern, disse que dentro da sala se respira "um ambiente de cansaço". Nuno Lacasta, presidente da Associação Portuguesa do Ambiente, confessa o mesmo à TSF, reiterando que ainda assim a ideia de compromisso persiste, porque os participantes sabem que estão perante uma oportunidade histórica.
Em cima da mesa, está um projeto de texto final da Presidência Francesa, que fixa em 1,5º graus o limite do aumento da temperatura global em 2025.
Francisco Ferreira, investigador do Centro de Pesquisa Ambiental da Universidade Nova de Lisboa, diz à TSF que o acordo enfrenta dois grandes obstáculos - não há consenso em relação ao financiamento e não foi alcançado um acordo quanto "à diferenciação entre países e às suas responsabilidades na redução da emissão de gases com efeito de estufa". Em causa, por exemplo, a China e a Índia.
O especialista em questões ambientais lembra que já estão perdidas algumas questões importantes, como por exemplo, o "compromisso legalmente vinculativo de cada um dos países", que agora surge de forma mais ligeira.
Ainda assim, Francisco Ferreira tem esperança que se consiga chegar a "um entendimento forte em relação às alterações climáticas".