CAP e CNA lembram que o uso de glifosato é autorizado pela União Europeia.
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A Confederação dos Agricultores de Portugal reage com prudência à decisão de um tribunal dos Estados Unidos que condenou a gigante astroquímica Monsanto a pagar 290 milhões de euros por não ter informado sobre a perigosidade do herbicida 'Roundup, na origem de um cancro num jardineiro.
Os jurados determinaram que a Monsanto agiu "com maldade" e que o seu herbicida, composto por glifosato, contribuiu "consideravelmente" para a doença do jardineiro.
Nos últimos anos o glifosato tem estado envolvido em várias polémicas. O herbicida é comercializado em muitos países apesar de a Organização Mundial de Saúde já ter considerado o glifosato potencialmente cancerígeno.
Ouvida pela TSF, a Confederação dos Agricultores Portugueses defende que a decisão da justiça norte-americana deve ser interpretada com cautela.
O presidente da CAP, Eduarda Oliveira e Sousa, lembra que a União Europeia autorizou, por mais cinco anos, o prolongamento do uso do glifosato. Este herbicida, adianta aquele responsável, serve para controlar as vulgarmente chamas ervas daninhas e não é usado diretamente sobre os produtos para consumo, como fruta e legumes.
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"É um produto muito avançado. E é muito provável que dentro de quatro ou cinco anos surja um produto alternativo. Há que ter calma, há que esperar que a ciência apresente os seus resultados e então sim, quando esse produto surgir, colocar a hipótese de se acabar com o glifosato", adiantou.
Por seu turno, a Confederação Nacional da Agricultura lembra que a utilização do glifosato é autorizada em Portugal e manifesta reservas quanto à substituição deste produto.
"Só esperamos que, agora, não venha a ser substituído o glifosato por outra substância igualmente perigosa e até mais cara que o próprio glifosato", adiantou o dirigente João Dinis.
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