Associação pede aos partidos políticos que votem contra o Orçamento se o documento não incluir medidas de apoio aos cuidadores.
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A Associação de Cuidadores Informais acusa António Costa de "falta de vontade política" por descartar, para já, a ideia de incluir no Orçamento do Estado (OE) mecanismos de apoio aos cuidadores informais.
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A presidente da Associação de Cuidadores Informais lembra que os 800 mil cuidadores que existem no país têm "as vidas em suspenso" e apela aos partidos políticos que rejeitem o OE do próximo ano se não houver medidas a pensar nos cuidadores.
A rede de cuidados continuados não chega a todos, lembra. Além disso, esta rede depende de uma fonte rendimento dos cuidadores, que em muitos casos não existe. "Essa pessoa empobrece cada vez mais".
No debate quinzenal desta quarta-feira, o Primeiro-ministro anunciou que não pensa incluir qualquer apoio aos cuidadores no próximo Orçamento do Estado e defendeu que "é preciso medir os custos".
António Costa explicou que o plano custaria no ano zero 120 milhões de euros, mas na velocidade de cruzeiro, o custo subiria para os 800 milhões de euros por ano.
Apesar de considerar a discussão "prematura", Costa admite que que "existe um consenso político muito alargado" nesta matéria, pelo que "não será certamente o Governo a pôr-se fora deste consenso".
"Presumo que seja muito prematuro, neste Orçamento do Estado, poder ter concluída a avaliação do custo desta matéria. Registamos naturalmente que do BE até ao presidente da República, em torno do cuidador informal e não será certamente o Governo a pôr-se fora deste consenso", disse.
Esta quinta-feira os cuidadores informais voltam a concentrar-se em vigília, em frente à Assembleia da República. Pedem uma revisão da lei laboral e que o tempo em que prestam cuidados seja contemplado para efeitos da carreira contributiva.
Um estudo promovido pela Comissão Europeia conclui que o Estado português tem feito pouco para combater o maior risco de pobreza dos milhares de cuidadores informais, quase sempre mulheres, que tratam dos seus familiares em casa.