Denúncias de espancamentos durante treinos dos recrutas da GNR em Portalegre motivam afastamento do responsável pela formação.
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O diretor do centro de formação de Portalegre da GNR foi exonerado após denúncias do uso de violência num exercício da GNR, que já motivou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público.
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"Porque não é admissível a demora na facultação de factos relevantes", justificou Eduardo Cabrita, comprometendo-se a disponibilizar para efeitos de investigação, todas as imagens captadas durante a formação em causa.
"Fiquei desagradavelmente surpreendido com aquilo que tive conhecimento", disse o ministro esta manhã aos jornalistas, à margem de uma cerimónia de entrega de viaturas à GNR, na Batalha.
Cerca de dez formandos do 40.º curso do Centro de Formação da GNR, em Portalegre, terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o "curso de bastão extensível", que obrigaram em alguns casos a internamento hospitalar e a intervenções cirúrgicas.
O exercício, segundo explicou o Jornal de Notícias esta segunda-feira, consiste num combate de dois minutos com o chamado red man (homem-vermelho) devido à armadura de corpo inteiro que usa.
Este formador está equipado com luvas de boxe, chumaços, caneleiras e capacete, enquanto os recrutas que o enfrentam usam apenas calças, t-shirt e um bastão extensível em PVC revestido a esponja.
Cerca de 10 guardas provisórios foram espancados durante este exercício. As lesões reportadas incluem narizes partidos, fraturas nos dedos das mãos e até um caso de lesões oculares com perigo de perda de visão.
Há ainda quem não tenha ido à enfermaria por receio de chumbar no curso, como é o caso de algumas mulheres.