O ministro da Saúde falou esta terça-feira em "atitude irresponsável" e recusou qualquer interferência na gestão dos hospitais acerca do protesto dos enfermeiros especialistas.
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O ministro declarou, à margem de uma visita ao Hospital São José, em Lisboa, ao lado do Presidente da República, que "os enfermeiros têm na matéria da discriminação remuneratória em relação às suas competências espaço para discutir com este Governo, num espaço e num tempo adequados".
Adalberto Campos Fernandes acrescentou que ainda esta tarde o secretário de Estado da Saúde vai reunir-se com os sindicatos dos enfermeiros, que, sublinhou são as estruturas que, conforme a Constituição, negociam as carreiras e remunerações, numa referência indireta ao papel da Ordem dos Enfermeiros no protesto dos enfermeiros especialistas.
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O governante disse que o Governo não confunde 42 mil enfermeiros "que ao longo dos anos têm sido bastante penalizados na sua atividade", com "a atitude irresponsável de um grupo de pessoas, que insiste e persiste em violar a lei".
"Não peçam a Governo, que fala em nome de dez milhões de portugueses, que entre num debate que está à margem da ética, da deontologia", vincou.
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A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) avisou na segunda-feira a Ordem dos Enfermeiros que "não é legalmente possível" a suspensão da inscrição na Ordem como enfermeiro especialista "sem que haja suspensão da inscrição como enfermeiro".
O ministro da Saúde recusou ainda qualquer interferência na gestão dos hospitais acerca do protesto dos enfermeiros especialistas, sublinhando a prevalência da legalidade e da segurança clínica.
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"Isso é completamente absurdo. O Governo não interfere na gestão diária dos hospitais. O Governo não vai responder aquilo que é uma tentativa de agitar o debate público e assustar as pessoas. Há conversas que não vale a pena ter", afirmou Adalberto Campos Fernandes, depois de questionado se o executivo está a pressionar administrações de hospitais para multarem enfermeiros em protesto.