O antigo ministro da Saúde Fernando Leal da Costa não aceita o argumento de que os profissionais de saúde se recusem a trabalhar por não receberem o que pretendem.
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"Recuso-me a aceitar que, em momento algum, um profissional de saúde deixe de fazer aquilo que tem que fazer por causa de um eventual pagamento a que acha que tem direito", disse à TSF o antigo ministro, que também é médico.
Fernando Leal da Costa, que exerceu também funções de secretário de Estado Adjunto da Saúde no primeiro governo PSD-CDS, disse ainda não aceitar que a questão se reduza "apenas ao facto de não ter sido dada a assistência necessária a uma pessoa porque os profissionais se recusariam a trabalhar por aquele preço". E adiantou: "se assim for, todos somos obrigados afazer uma profundíssima reflexão ética, é este o principal problema que tem de ser abordado".
Leal da Costa sublinhou que é competência do novo ministro da Saúde resolver os problemas que "acontecem no seu mandato".
Considerou ainda que "não será a melhor prática continuar a dizer que aquilo que agora se passa é resultado do que eventualmente se poderá ter passado anteriormente".
O ex-governante lembrou depois que, nos últimos anos, "milhares de profissionais de saúde continuaram a fazer o seu trabalho, independentemente do valor que estavam a receber à hora".