Médicos pedem ao Governo que resolva as principais reivindicações da classe profissional. A confirmar-se, será a segunda greve dos médicos este ano.
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Os médicos deram hoje menos de um mês ao Governo para resolver as principais reivindicações que têm feito ou avançarão para uma nova greve nacional.
"Caso as negociações não se traduzam a curto prazo em resultados inequivocamente positivos, as organizações sindicais médicas estão preparadas para desencadearem os adequados mecanismos legais de convocação de uma nova greve nacional dos médicos", afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, numa declaração no final da reunião do Fórum Médico, que decorreu esta terça-feira em Lisboa.
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Questionado sobre o que significa o "curto prazo", Miguel Guimarães respondeu que os médicos esperam soluções durante o mês de agosto.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) foi mais longe, considerando que a próxima reunião, em 11 de agosto, com o Ministério da Saúde é um encontro "do tudo ou nada".
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Mário Jorge Neves disse ainda que desde a greve nacional de dois dias que ocorreu em maio o Governo tem andado de "adiamento em adiamento". "Estamos em princípio de agosto com a mesma situação que tínhamos há um ano e meio", afirmou.
Já Roque da cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, lembra que a paciência está a esgotar-se e acusa o Governo de estar a empurrar os médicos para a greve.
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Os sindicatos mostraram-se disponíveis para que três das suas principais reivindicações sejam faseadas em três datas diferentes até ao fim da legislatura.
Em causa está a redução da lista de utentes por médico de família, que atualmente se situa nos 1900 utentes por médico, enquanto os sindicatos pretendem regressar a valores próximos dos 1500.
A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200 e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de maio.