Outra hipótese é começarem a denunciar tudo o que está mal no serviço público. Médicos reúnem esta terça-feira. Dizem que pouco ou nada mudou desde a greve de maio.
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"Imagine que nós em vez de tentarmos resolver os problemas de forma discreta como fazemos muitas vezes, começamos a divulgar publicamente tudo o que está mal no Serviço Nacional de Saúde... Temos coisas para divulgar todos os dias. É uma fonte inesgotável".
É com a explicação anterior que o bastonário da Ordem dos Médicos exemplifica outras formas de luta que estarão em cima da mesa na reunião desta terça-feira do Fórum Médico, que junta as várias organizações representativas da profissão.
Miguel Guimarães admite que é certo que desta reunião vão sair novas formas luta contra a falta de resposta do Ministério da Saúde às reivindicações que motivaram a greve de maio.
O bastonário sublinha em declarações à TSF que o Governo tem de ser claro para que se perceba "se quer manter o Serviço Nacional de Saúde ou ter um serviço apenas para os mais pobres e aqueles que têm algum dinheiro têm de procurar outros serviços".
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A Ordem dos Médicos garante que desta reunião vão sair decisões e várias formas de luta estarão em discussão, sublinhando que a greve até pode não ser a mais eficaz.
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Do lado de uma das organizações sindicais presentes nesta reunião, o Sindicato Independente dos Médicos diz que uma nova greve é uma possibilidade séria.
À TSF, Jorge Roque da Cunha acrescenta que pouco ou nada mudou desde a paralisação de maio e o Ministério da Saúde não fez o que prometeu, nomeadamente enviar uma contraproposta até ao fim de julho.
O dirigente sindical diz que "custa fazer greve e não é fácil avançar para esta forma de luta tão extrema, mas naturalmente que é uma possibilidade séria que está a ser descartada pelo Ministério".
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O Sindicato Independente dos Médicos acusa o Ministro da Saúde de insensibilidade às questões colocadas na última greve e sublinha que muitas das questões nem estão relacionadas com salários.
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O Fórum Médico está marcado para a tarde desta terça-feira na sede da Ordem dos Médicos. Além da falta de respostas do Governo depois da greve, um dos pontos mais importantes da agenda está naquilo que os médicos dizem ser o incumprimento pelo Governo da promessa de criar os Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP), mantendo a "sobrecarga para os médicos dos centros de saúde na emissão de atestados para a carta de condução".