Mudar ou não a hora? Há cem anos um português resolveu atrasar o relógio da vila
Em 1916, em Monforte, um homem foi acusado de abuso de poder por mudar a hora do relógio público.
Corpo do artigo
Enquanto pela Europa se discute por estes dias o fim da mudança de hora, em Portugal, há mais de cem anos, já um homem se antecipara à ideia.
Chamava-se Júlio de Sousa Bagorro e foi chamado à justiça por mandar atrasar o relógio público da vila de Monforte, em outubro 1916. Era então chefe de secretaria da câmara municipal e foi acusado de "invasão de atribuições e abuso de poder".
A hora legal acabou por ser reposta, mas o certo é que, durante algum tempo, Monforte teve uma hora a menos do que o resto do país.
TSF\audio\2019\03\noticias\29\29_marco_2019_historias_da_justica
Já este domingo, Portugal vai adiantar os relógios uma hora, dando início ao horário de verão.
No continente e na Região Autónoma da Madeira, à 01h00 os relógios devem ser adiantados 60 minutos, passando para as 02h00 e na Região Autónoma dos Açores, a mudança será feita à meia-noite, 00h00, de domingo, passando para a 01h00.
A hora legal volta a mudar a 27 de outubro, marcando a mudança para o regime de inverno, atrasando os relógios uma hora.
O Parlamento Europeu pronunciou-se a favor da proposta de fim da mudança de hora bianual, mas apenas em 2021, e não já este ano, como propunha inicialmente a Comissão Europeia. Caberá a cada Estado-membro decidir se quer aplicar a hora de verão ou a hora de inverno, mas os países da União Europeia deverão coordenar entre si a escolha das respetivas horas legais, de modo a salvaguardar o bom funcionamento do mercado interno, e notificar essa decisão a Bruxelas até 1 de abril de 2020.
LER MAIS:
- Mudança da hora? Costa critica "discussões desnecessárias que irritam os cidadãos"
- Parlamento Europeu vota a favor da abolição da mudança de hora... mas só em 2021
- Nascer do sol só às 9h? O que significa, afinal, acabar com o horário de inverno