Problema indicia diferentes critérios de avaliação e voltou a ser detetado. Dez escolas são privadas. Ministério chegou a abrir uma investigação no início do ano. Alunos com melhores notas internas são favorecidos, por exemplo, no acesso à universidade.
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Há 15 escolas do ensino secundário que sistematicamente, nos últimos cinco anos, tiveram sempre notas internas muito mais elevadas do que os resultados alcançados nos exames nacionais.
Os dados hoje divulgados pelo Ministério da Educação permitem perceber que se mantém um problema que já tinha sido detetado há um ano. Na altura noticiou-se que 18 escolas inflacionaram notas nos últimos 4 anos. Agora, com os resultados dos exames deste ano, são 15 em 5 anos.
A avaliação feita pela TSF revela que 10 são privadas apesar deste tipo de ensino ter apenas perto de uma centena de escolas no secundário alvo da análise do ministério.
Todos os casos ficam no Norte: Colégio D. Diogo de Sousa (Braga), Colégio D. Duarte (Porto), Colégio da Trofa, Colégio de Lamego, Colégio Diocesano de Nossa Senhora da Apresentação (Vagos), Colégio Luso-Francês (Porto), Colégio Paulo VI (Gondomar), Externato Camões (Gondomar), Externato Carvalho Araújo (Braga), Externato Ribadouro (Porto).
Do lado público, o problema afeta 5 num total de cerca de 450 escolas. Entre elas, a Escola Básica e Secundária Dr. Manuel Laranjeira (Espinho), Escola Secundária D. Afonso Sanches (Vila do Conde), Escola Secundária de Fafe, Escola Secundária João de Deus (Faro) e a Escola Secundária Júlio Dinis (Ovar).
Um problema que preocupa o Ministério
A Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência sublinha que as grandes diferenças entre notas internas e avaliações em exames nacionais são um problema. Os critérios de avaliação podem ser diferentes, facilitando ou dificultando a vida aos alunos e a entrada no Ensino Superior.
Do outro lado, para lá das escolas que inflacionam notas, existem 13 que, pelo contrário, são demasiado exigentes com os alunos. Ou seja, tiveram, nos últimos 5 anos, sempre, notas internas muito mais baixas do que estes conseguem nos exames. Um cenário que afeta 9 escolas públicas e 4 privadas.
O inflacionamento de notas já tinha sido detetado há um ano após uma denúncia do Conselho Nacional de Educação. Depois disso, o ministério de Nuno Crato anunciou que investigou dez escolas e fez recomendações que estariam a ser cumpridas, mas a Inspeção-Geral de Educação e Ciência achou que devia averiguar melhor o que se passava em quatro dessas escolas. Os resultados nunca foram conhecidos.