Esta é a segunda vez em três meses que o centro de formação de guardas em Portalegre regista um surto de gastroenterite.
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Vinte e sete Guardas Provisórios que se encontram a frequentar o 40.º Curso de Formação de Guardas, em Portalegre, estão com gastroenterite.
Trata-se do curso que está a ser alvo de polémica após após denúncias do uso de violência num exercício da GNR, que já motivou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público.
"Os Guardas Provisórios que apresentaram esta sintomatologia estão a ser avaliados clinicamente, estando a situação a ser acompanhada por uma equipa médica da GNR, em coordenação com a autoridade de saúde pública local", pode ler-se num comunicado enviado às redações pala GNR.
Esta não é a primeira vez que este problema afeta o centro de formação da GNR. Em outubro, as aulas foram suspensas na sequência de um alegado surto de gastroenterite, com provável origem viral, que afetou cerca de 200 formandos.
A propósito da investigação em curso, esta terça-feira o diretor do centro de formação de Portalegre da GNR foi exonerado.
"Fiquei desagradavelmente surpreendido com aquilo que tive conhecimento", disse o ministro aos jornalistas, à margem de uma cerimónia de entrega de viaturas à GNR, na Batalha.
Cerca de dez formandos do 40.º curso do Centro de Formação da GNR, em Portalegre, terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o "curso de bastão extensível", que obrigaram em alguns casos a internamento hospitalar e a intervenções cirúrgicas.
O exercício, segundo explicou o Jornal de Notícias esta segunda-feira, consiste num combate de dois minutos com o chamado red man (homem-vermelho) devido à armadura de corpo inteiro que usa.
Este formador está equipado com luvas de boxe, chumaços, caneleiras e capacete, enquanto os recrutas que o enfrentam usam apenas calças, t-shirt e um bastão extensível em PVC revestido a esponja.
Cerca de 10 guardas provisórios foram espancados durante este exercício. As lesões reportadas incluem narizes partidos, fraturas nos dedos das mãos e até um caso de lesões oculares com perigo de perda de visão.
Há ainda quem não tenha ido à enfermaria por receio de chumbar no curso, como é o caso de algumas mulheres.