
O primeiro-ministro, António Costa, usa da palavra durante a cerimónia de apresentação de resultados das iniciativas sobre prevenção e combate a incêndios que decorreu no Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, em Lisboa, 02 de julho de 2018. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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António Costa responde às críticas de Rui Rio, lembrando que a procuradora-geral da República "nada comunicou que exigisse outro tipo de medida" de segurança.
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Em defesa do Governo e invocando a autonomia do Ministério Público, o primeiro-ministro garante que "o Governo já fez aquilo que tinha a fazer, que era verificar se havia ou não uma ameaça à segurança" depois do roubo das armas no paiol de Tancos. Quanto à investigação criminal transcende completamente o Governo", disse António Costa.
Confrontado com as críticas, feitas este domingo por Rui Rio, que acusou o Governo de ser "incapaz de dar mais respostas" sobre o caso, Costa considerou que "desrespeitaria" a autonomia do Ministério Público se pressionasse a investigação criminal.
"Não vejo nenhuma razão para que não haja confiança no Ministério Público no sentido de que faça no melhor prazo possível a investigação que lhe compete fazer. Seria desrespeitador da autonomia própria do Ministério Público estar a comentar se o Ministério Público deve andar depressa, se tem andado devagar, se pode fazer mais, se pode fazer menos. Isso só o Ministério Público pode esclarecer", disse o primeiro-ministro.
O chefe do Governo respondeu com ironia à insinuação do líder do PSD sobre a possibilidade de existirem elementos para além dos já conhecidos.
"Não sei mais nada e nem tenho que saber, porque presumo que a investigação esteja em segredo de justiça. Tenho a certeza de que se houvesse algum facto que colocasse em risco o país, nos termos da lei e das exceções que existem face ao segredo de justiça, a senhora procuradora-geral da República não teria deixado de alertar o Governo para qualquer medida que fosse necessário tomar", disse Costa sublinhando que até agora "nada comunicou que exigisse outro tipo de medida".
"Se a investigação descobriu mais do que nós, bom, é isso que compete precisamente à investigação", acrescentou.
António Costa falava aos jornalistas depois de ter inaugurado a nova sede da multinacional norte-americana Johnson & Johnson, no Lagoas Park, em Porto Salvo, concelho de Oeiras.