Bastonário da Ordem dos Médicos diz que criação do centro de pesquisa e tratamento do cancro do pâncreas em Portugal é um reconhecimento internacional da investigação portuguesa.
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, aplaude a criação do futuro centro de investigação e tratamento do cancro do pâncreas da Fundação Champalimaud, considerando que é uma "excelente notícia".
"Estamos a falar de um cancro extraordinariamente agressivo e cujo tratamento ainda precisa de evoluir muito para conseguirmos tratar eficazmente os doentes", começa por considerar Miguel Guimarães. "Melhor notícia do que essa não poderíamos ter", saúda o bastonário.
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Em declarações à TSF, Miguel Guimarães adianta que este investimento no país atesta a capacidade e a qualidade dos investigadores portugueses que são de topo mundial. "Nós temos Ronaldos e Mourinhos na área da saúde, dos investigadores, dos médicos de grande qualidade, dos biólogos, dos farmacêuticos... Nós temos excelentes profissionais na área da saúde, muito bem formados, e em especial ao nível da investigação", sublinha. "Temos capacidade humana para poder fazer as coisas, precisamos é de ter os meios adequados para as fazer", nota o bastonário.
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Considerando que a investigação tem um impacto real na esperança média de vida e na qualidade de vida das pessoas, o bastonário da Ordem dos Médicos sublinha que é preciso uma maior aposta na investigação em Portugal. "Temos várias áreas em que era importante aumentar a nossa capacidade de investigação", explica o bastonário, que elege algumas doenças oncológicas e infecciosas como aquelas em que o país devia prestar mais atenção.
"Na área de cancros mais difíceis de tratar e diagnosticar como é o caso do melanoma, como é o caso de alguns cancros da cabeça e pescoço que são cancros que ainda têm tratamentos difíceis e que precisamos de investigar mais", destaca o bastonário. "De resto, temos aqui a possibilidade de intensificar a nossa investigação em doenças víricas e infecciosas, até pela relação de proximidade que temos com alguns países africanos. Estou a pensar no caso da malária e de outras doenças que têm um impacto grande a nível internacional", sublinha.
No caso da hepatite C, por exemplo, Miguel Guimarães considera que "Portugal já apanhou o comboio" ao nível da investigação e tratamento desta doença que "tem uma taxa de cura com a nova medicação perto dos 98%". Sublinhando que "ninguém imaginava isto há uns tempos", o bastonário da Ordem dos Médicos acha que o país deve capitalizar este reconhecimento e investir na investigação.