Chefes de equipa da urgência do Dona Estefânia demitem-se. "Algo não vai bem", diz ministra
Crescente falta de especialistas em pediatria leva responsáveis a quererem bater com a porta. Prometido plano de reforço não estará a ser cumprido.
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Os chefes de equipa de urgência do Hospital de D. Estefânia, o único hospital exclusivamente pediátrico da região de Lisboa, apresentaram a demissão à administração esta quarta-feira.
"A situação é insustentável", dizem, citados pelo porta-voz da Ordem dos Médicos da Região do Sul, num comunicado enviado às redações.
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Questionada sobre as demissões de que teve conhecimento durante a audição parlamentar, Marta Temido garantiu que a 19 de dezembro será aberto concurso para colocação de recém-especialistas.
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Prevendo estas demissões, o bastonário da Ordem dos Médicos disse à TSF que não está a ser cumprido o plano prometido há mais de um ano pelo conselho de administração que "previa a contratação de médicos especialistas para suprir as graves carências de recursos humanos".
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Em falhas consideradas "graves", "faltam muitos médicos especialistas em pediatria no Hospital Dona Estefânia".
Os clínicos que saem não têm sido substituídos, levando os médicos a denunciarem situações de "falta de recursos humanos, exaustão, desmotivação dos profissionais e milhares de horas de urgência realizadas para além da escala legal".
A Ordem dos Médicos diz que são graves e complexos os problemas naquela que foi a primeira urgência exclusivamente pediátrica do país num dos poucos hospitais apenas focado na saúde de crianças e adolescentes, sendo mesmo o único com essas características na região de Lisboa e em toda a região Sul.
Destacando a falta de investimentos e a falta grave de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde, Miguel Guimarães sublinha que a situação no Dona Estefânia é a terceira de elevada gravidade, em pouco tempo, em hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Central - já existiram recentemente problemas no Hospital de São José e na Maternidade Alfredo da Costa.