Para Francisco Ferreira, «não há propriamente uma declaração ou um acordo de Doha», mas apenas aquilo que foi chamado de «Pacote de Doha».
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O ambientalista Francisco Ferreira entende que o acordo alcançado este sábado na Conferência de Doha não deve ir além de uma desilusão.
Este dirigente da Quercus, que esteve presente nesta conferência, lembrou que apesar de ter sido positivo a continuação do protocolo de Quioto até final de 2020 o acordo que foi conseguido pode classificar-se como «enfraquecido».
«Temos vários países que não vão ter metas como o Japão, Rússia e Nova Zelândia. O Canadá já se despediu deste protocolo no ano passado e os EUA nunca lá estiveram dentro», recordou, em declarações à TSF.
Francisco Ferreira considerou ainda que não se deveria aplicar o princípio de as «emissões que não foram utilizadas nos últimos anos continuarem a passar para outros períodos de cumprimento», devendo estas ser «canceladas praticamente na totalidade».
Para este ambientalista, o acordo alcançado na capital do Qatar é um «conjunto de pequenos acordos de textos que nas diferentes partes que compõem a Convenção das Alterações Climáticas acabaram por ser aprovados».
«Tínhamos um processo que vinha desde Bali e o objetivo era ter um acordo em Copenhaga em 2009 e que agora termina. Esse processo passa para a Plataforma de Durban, que pretende ter um acordo em 2015 à escala mundial», explicou.
Francisco Ferreira lembrou ainda que «não há propriamente uma declaração ou um acordo de Doha», mas apenas o que o «presidente da COP-18 da Conferência aqui no Qatar chamou de Pacote de Doha».