O assassino em massa norueguês, Anders Breivik, ameaçou iniciar uma greve de fome para obter acesso a melhores jogos de vídeo com o objetivo de aliviar o seu quotidiano de «tortura», refere uma carta recebida hoje pela agência noticiosa AFP.
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O extremista de direita, que matou 77 pessoas num ataque à bomba e com armas de fogo em 22 de julho de 2011, elaborou uma lista de 12 pedidos enviados em novembro às autoridades prisionais.
No texto descreve as suas condições de vida, que compara à «tortura», na prisão de alta segurança de Skien, sudeste da Noruega, onde cumpre 21 anos de detenção.
Os pedidos incluem melhores condições para o seu passeio diário e o direito a comunicar mais eficazmente com o mundo exterior, que diz estar incluído na legislação europeia.
Breivik também solicita que a sua consola de jogos 'PlayStation 2' seja substituída por uma 'PlayStation 3' «com acesso a jogos mais adultos que eu próprio escolheria».
Isolado dos outros prisioneiros desde 2011 por motivos de segurança, Breivik argumenta ainda que, para compensar o seu estrito isolamento, tem direito a um «seleção de atividades» mais vasta que os restantes presos.
A duplicação da soma de 300 kroner (49,36 euros) que recebe semanalmente, justificada para cobrir as despesas da sua correspondência escrita, constituiu outra sugestão de Breivik, para além do fim das revistas diárias e o acesso a um computador (PC) em substituição «da inútil máquina de escrever com tecnologia de 1873».
Na carta, datada de 29 de janeiro, refere que pelo facto de não se terem registado melhorias significativas nas suas condições de detenção, uma greve de fome será "a única das opções" de que dispõe.
«A greve de fome apenas terminará quando o ministro da Justiça [Anders] Anundsen, e o chefe do KDI [os serviços correcionais noruegueses] deixarem de me tratar como um animal», disse, acrescentando que «em breve» divulgará a data de início do seu protesto.
Em 22 de julho de 2011 Breivik matou oito pessoas num ataque bombista que atingiu um edifício governamental em Oslo, e de seguida mais 69 pessoas, na maioria adolescentes, quando disparou indiscriminadamente sobre um acampamento da juventude social-democrata na ilha de Utoya.