O CDS-PP vai chamar o ministro da Administração Interna ao Parlamento para explicar os tiroteios de sexta-feira, em Loures. Paulo Portas adiantou que o Governo acredita numa «fantasia», por não querer admitir efectivos nas forças policiais.
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O CDS-PP fez saber, este sábado, que vai chamar ao Parlamento o ministro da Administração Interna para obter explicações sobre os tiroteios de sexta-feira na Quinta da Fonte, em Loures, e para confrontar Rui Pereira com sinais que fazem aumentar o sentimento de insegurança na população.
Paulo Portas considerou os confrontos de sexta-feira «inaceitáveis», frisando que fazem «lembrar Beirute» e advertindo que «o Estado não pode trair a polícia».
«Em Portugal as leis penais, muitas vezes, em vez de protegerem a segurança, acabam por proteger quem é responsável pela insegurança. A polícia deve actuar no quadro da lei, mas o trabalho das forças policiais não pode ser traído ou desautorizado no dia seguinte», disse.
O líder do CDS-PP sublinhou que «não faz nenhum sentido que a policia arrisque a vida para conseguir deter criminosos violentos e, no dia seguinte, quando são presentes a tribunal, eles sejam soltos», porque isso «cria uma sensação de impunidade».
Paulo Portas considerou ainda que incidentes como o Quinta da Fonte resultam do facto de o Governo ter passado dois anos sem reforçar o quadro das forças de segurança, afirmando que o Executivo acreditou numa «fantasia» e que «o erro de não admitir efectivos está a ser pago ao longo do tempo».
O democrata-cristão defendeu atambém que a falta de policias faz-se sentir actualmente em vários locais, como nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Setúbal, e em concelhos como «Amadora, Loures, Odivelas, Sintra, Oeiras, Gaia, Maia, Gondomar, Matosinhos, Almada, Seixal ou Barreiro».