Bento XVI reuniu-se, esta terça-feira, com o presidente de Cuba, Raul Castro, horas depois de um dirigente político cubano ter garantido que não vai haver reformas políticas no país, noticia a AFP.
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Chegado a Havana a meio do dia, proveniente de Santiago de Cuba, o papa reuniu-se com Raul Castro, no Palácio da Revolução a partir das 17h30 locais (22h30 de Lisboa).
No programa da reunião estão as relações entre o Estado e uma Igreja ativa no plano social, que faz agora figura de parceiro político privilegiado, 14 anos depois da visita de um papa a Cuba, a de João Paulo II em janeiro de 1998.
Na mesma altura e no mesmo local, decorre outra reunião, entre o cardeal secretário de Estado [número dois] da Santa Sé, Tarcisio Bertone, e o 'ministro dos Negócios Estrangeiros' do Vaticano, monsenhor Dominique Mamberti, com um vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura.
Neste encontro deverão ser discutidos temas 'quentes', como presos políticos, embargo dos EUA a Cuba, direitos alargados para os católicos em áreas como o ensino e a saúde.
Umas horas antes, um dos principais vice-presidentes cubanos, Marino Murillo, que supervisiona as reformas económicas, afirmou, em conferência de imprensa, que «em Cuba não vai haver reforma política».
Murillo respondia ao papa, que estimara na sexta-feira que o marxismo «já não responde à realidade» e que «é preciso procurar novos modelos».
Um possível encontro entre o papa, de 84 anos, e Fidel Castro, de 85, está também a suscitar a atenção dos observadores da visita papal.
A reunião entre um velho adversário da teologia da libertação e o 'pai' da revolução cubana poderá ocorrer hoje, depois da missa pública que o papa celebra às 9h00 (14h00 de Lisboa) e antes da sua partida, prevista para as 17h00 (22h00 de Lisboa).
Pelo contrário, não se prevê qualquer encontro do papa com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que se encontra em tratamento médico em Havana, e com os opositores cubanos.