Estreia esta quinta-feira em Portugal o novo filme de Steven Spielberg. Em «Lincoln», o realizador não faz uma biografia do mítico presidente norte-americano. Spielberg opta antes pelo contexto histórico e os jogos políticos que levaram à aprovação da 13ª emenda da Constituição dos Estados Unidos que aboliu a escravatura. «Lincoln» está nomeado para 12 Óscares.
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O filme retrata os últimos quatro meses da vida de Abraham Lincoln que mudaram a América. Lincoln liderou os destinos de uma nação instável durante o período da Guerra Civil Americana mas, no filme de Steven Spielberg, a guerra entre o Norte e o Sul serve apenas de contexto à 13ª emenda da Constituição.
Daniel Day-Lewis é Lincoln, o popular presidente republicano que quis abolir a escravatura.
O filme, baseado no livro de Doris Kearns Goodwin, «Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln», mostra o processo político que levou à aprovação da emenda que transformou socialmente os Estados Unidos. As negociatas, os jogos de poder, as promessas de cargos e até a compra de votos.
Na altura, os republicanos eram anti-esclavagistas e os democratas mais conservadores. Os mais radicais não aceitavam a igualdade entre raças. O filme sugere, no entanto, que a maioria dos republicanos que defendeu a aprovação da emenda, o fez para vencer a guerra contra o Sul e não por razões morais.
O facto é que a convicção de Abraham Lincoln fez história e pode explicar porque motivo, até Barack Obama, grande parte da comunidade negra dos Estados Unidos votava no Partido Republicano.
«Lincoln» está nomeado para 12 Óscares, entre eles, melhor filme, melhor ator, melhor realizador e melhor argumento adaptado. Daniel Day-Lewis já venceu, entretanto, vários prémios pela interpretação de Abraham Lincoln, entre os quais, o Globo de Ouro para melhor ator.