O papa Bento XVI beatificou, esta manhã, João Paulo II, a penúltima etapa para o reconhecimento como Santo, gesto sublinhado por palmas e gritos da multidão presente no Vaticano.
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Durante a missa que decorre na Praça de São Pedro, o actual Papa proclamou a fórmula de beatificação, em Latim, afirmando responder a um pedido «da diocese de Roma, de muitos outros irmãos no episcopado e muitos fiéis».
A mesma fórmula permite que «o venerável servo de Deus, João Paulo II, papa, possa ser de ora em diante chamado beato».
Pouco depois do início da celebração, o cardeal Agostino Vallini, vigário-geral para a diocese de Roma, apresentou o pedido de beatificação e elencou alguns traços biográficos do novo beato, na qual lembrou a sua «rica personalidade» e o tempo como «operário» sob o regime nazi, entre 1940 e 1944».
A leitura da biografia apresentou João Paulo II como um papa capaz de «escutar e dialogar» não com os católicos, mas também com as «igrejas cristãs, os crentes no único Deus [referência a judeus e muçulmanos] e os homens de boa vontade».
O rito prosseguiu com a colocação das relíquias, uma ampola com sangue de João Paulo II, junto ao altar, transportadas por duas religiosas, a irmã Tobiana, assistente pessoal do papa polaco, e a irmã Marie Simon-Pierre, cuja cura da doença de Parkinson, considerada miraculosa, encerrou o processo de beatificação.
Depois da proclamação do novo beato, o cardeal Vallini agradeceu a Bento XVI, novamente em latim, e juntamente com o postulador vai saudar o papa, terminando assim este momento.
Para além dos peregrinos, no Vaticano marcam hoje presença cerca de 90 delegações oficiais, incluindo 16 chefes de Estado, como a Itália, Polónia e o Zimbabué, com o presidente Robert Mugabe.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, representa o Executivo português nesta cerimónia, acompanhado pelo embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Manuel Tomás Fernandes Pereira.
Segunda-feira, na Praça de São Pedro, às 10h30, será celebrada uma eucaristia em honra do novo beato, presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.
A sepultura dos restos mortais de João Paulo II no andar principal da basílica vai ser feita de forma privada, no mesmo dia, na capela de São Sebastião, localizada na nave da basílica do Vaticano, junto da famosa 'Pietà' de Miguel Ângelo.