Metas traçadas pela ONU no combate à SIDA não são impossíveis, diz coordenador nacional
Henrique Barros considera que uma «forte liderança política e um compromisso solidário com financiamentos» são fundamentais para o combate à SIDA.
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O coordenador nacional da Infecção VIH/SIDA reconheceu que as metas traçadas pela ONU no combate a esta doença são muito ambiciosas, mas não são impossíveis.
«É um desígnio ambicioso, mas possível. Depende de haver uma forte liderança política e de um compromisso solidário com financiamentos, um dos quais passa naturalmente pelo facto de os medicamentos terem preços acessíveis», explicou Henrique Barros, que esteve presente numa reunião de alto nível na ONU sobre esta doença.
Em declarações à TSF, este coordenador, que pede que os «medicamentos mais recentes sejam disponibilizados nas sociedades mais pobres», entende haver «vontade e interesse» no combate a esta doença.
«Tem-se feito um avanço extraordinário na resposta à infecção. Provavelmente nenhuma doença foi atacada de uma forma tão eficiente como aconteceu com a infecção VIH nos últimos anos», notou.
Sobre o alerta lançado por Jorge Sampaio a propósito da importância do combate à tuberculose no âmbito da luta contra a SIDA, Henrique Barros admitiu que se pode fazer melhor a começar pela melhor ligação entre os serviços de combate à SIDA e tuberculose.
«O que sempre defendi é que os responsáveis pela resposta e pela coordenação da resposta à SIDA tenham uma excelente interacção com os responsáveis pela resposta à tuberculose ou até que estejam juntos os serviços», explicou.
Henrique Barros esclareceu que existe «cooperação, mas não existe uma ligação estrutural» entre os serviços que respondem à SIDA e à tuberculose.