O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, lamentou hoje a morte do pintor Nadir Afonso, sublinhando que o artista criou uma linguagem pioneira na pintura portuguesa do seu tempo.
O pintor Nadir Afonso Rodrigues, de 93 anos, faleceu hoje no Hospital de Cascais, onde se encontrava internado, disse à agência Lusa fonte da família.
Num comunicado enviado à agência Lusa, o secretário de Estado da Cultura expressa em seu nome pessoal e em nome do Governo, público pesar pelo falecimento de Nadir Afonso (1920-2013).
«Nadir Afonso é uma figura de proa das artes portuguesas, um artista que, através dos seus ideais e ao longo de décadas, estabeleceu uma linguagem pioneira na pintura portuguesa do seu tempo», salienta.
Para o governante, a pintura de Nadir Afonso «reflete uma linguagem racional e objetiva, que o distingue dos artistas do seu tempo e lhe permitiu trabalhar diretamente e partilhar os seus conhecimentos com nomes como Le Corbusier e Oscar Niemeyer».
«Enquanto arquiteto, pintor ou pensador, Nadir Afonso conseguiu sempre representar Portugal e as artes portuguesas ao mais alto nível em todo o mundo», acrescenta.
Nadir Afonso representou Portugal na Bienal de São Paulo, no Brasil, em 1961, e em 1969.
Nadir Afonso diplomou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e trabalhou com arquitetos de renome como Le Corbusier e Oscar Niemeyer, mas viria a trocar esta área pela pintura, alcançando reconhecimento internacional.
Estudou pintura em Paris e foi um dos pioneiros da arte cinética, trabalhando ao lado de Victor Vasarely, Fernand Léger, August Herbin, Cândido Portinari, e André Bloc.
Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura, em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso e ainda condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010).