Bento XVI já antecipou em novembro de 2010, no livro "Luz do mundo" as condições e motivos pelos quais um pontífice pode resignar ao cargo, nomeadamente por não se encontrar física, mental ou espiritualmente capaz de cumprir as funções.
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O livro "Luz do mundo. O Papa, a Igreja e o signo dos tempos" é o resultado de 20 horas de conversa entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald, que o entrevistou em duas ocasiões.
Na altura Bento XVI admitia que as suas forças estavam a diminuir e que o trabalho que implicava o pontificado talvez fosse «excessivo para um homem de 83 anos».
Destacando o apoio dos seus colaboradores, Bento XVI sublinhou que nunca se demitiria devido às dificuldades do seu Pontificado, como o caso de abusos sexuais na Igreja, considerando que «quando o perigo é grande não se pode fugir» e deve-se «resistir e superar a situação difícil».
A demissão, disse, só deveria ocorrer «num momento de serenidade ou quando já não se pode mais».
O papa Bento XVI, 85 anos, anunciou hoje, durante um consistório no Vaticano, a sua resignação a partir dia 28 de fevereiro devido «à idade avançada».
Um novo papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice.
O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).