Na despedida de Madrid, ao lado dos reis espanhóis, Bento XVI afirmou que Espanha é uma grande nação que não deve renunciar à sua alma religiosa.
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«Deixo Espanha contente e agradecido a todos. Tenho os espanhóis muito presentes nas minhas orações, especialmente as famílias que enfrentam dificuldades e os que não encontram trabalho», disse.
«Espanha é uma grande nação, com convivência aberta, respeitosa, que sabe que pode progredir sem renunciar a sua alma religiosa e católica», afirmou, acrescentando que sai de Madrid com a cidade e as suas gentes «gravados na memória e no coração».
Os reis de Espanha foram despedir-se de Bento XVI ao aeroporto, depois da visita de 79 horas que efectuou a Madrid, onde presidiu à Jornada Mundial de Juventude (JMJ) que reuniu 1,5 milhões de peregrinos de todo o mundo.
Centenas de pessoas aguardavam para se despedir de Bento XVI, à entrada para o Pavilhão de Estado do aeroporto de Barajas.
«Nas ruas de Madrid, em Cuatro Ventos, em San Lorenzo de Escorila recebestes numerosas mostras de carinho, admiração e respeito», afirmou Juan Carlos.
«O êxito e percurso internacional alcançado por esta jornada, contaram com o trabalho, esforço e dedicação de muitos, entre os quais os voluntários merecem especial menção», disse ainda.
«Obrigado Santo Padre pela esperança e afecto que depositastes na juventude», agradeceu o rei espanhol.
O Papa não fez qualquer referência aos confrontos entre a polícia e manifestantes, primeiro devido aos gastos públicos com a visita, depois protestos que passaram a ser contra a repressão policial.
Os episódios de violência nas ruas de Madrid já tinham sido desvalorizados pelo porta-voz do Vaticano, mas levaram o Ministério do Interior espanhol a abrir um inquérito.
O último dia da visita de Bento XVI a Madrid ficou também marcado pelo apelo deixado na missa de encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude. O chefe da Igreja Católica foi bem claro ao pedir aos jovens para que se vinculem à estrutura da igreja e não sigam Deus por conta própria.
«Não se pode seguir Jesus sozinho, quem cede à tentação de seguir por sua conta ou de viver segundo uma mentalidade individualista que predomina na sociedade corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo ou de acabar seguindo uma imagem falta», avisou.
Bento XVI rematou a ideia alertando os católicos para que não se deixem seduzir pelas falsas promessas de um estilo de vida sem Deus. O Papa quer ver católicos na missa todos os domingos, quer que os praticantes se confessem e rezem com frequência.