Portugal é o quinto país da Agência Internacional da Energia com maior percentagem de renováveis na produção de eletricidades. No total mais de 60 por cento. Os dados constam do reletário apresentado hoje em Madrid.
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Os dados sobre Portugal constam do relatório energético da AIE sobre a Espanha, apresentado hoje em Madrid pela diretora-executiva da entidade, Maria Van Der Hoeven.
No gráfico sobre a percentagem de renováveis na produção total de eletricidade, Portugal surge em quinto lugar entre os 29 países que integram a AIE (atrás da Noruega, Áustria, Nova Zelândia e Canadá). Cerca de 30% da eletricidade portuguesa é gerada através de hídricas e cerca de 25% através de energia eólica, categoria em que apenas fica atrás da Dinamarca (com mais de 40%).
No mesmo gráfico, Espanha fica em 10.º lugar na percentagem de renováveis (com 14% de hídrica e 19% de energia eólica). A tabela é liderada pela Noruega, com quase 100% da sua energia produzida a partir de fontes renováveis (mais de 90% hídrica).
Os dados são relativos a 2014 e constarão de um relatório específico sobre Portugal que a Agência Internacional de Energia conta divulgar até ao final do ano, disse à Lusa fonte oficial da entidade. O último relatório da AIE sobre Portugal foi divulgado 2009, tal como no caso de Espanha.
Sobre Espanha, a AIE destaca que desde o seu último relatório o país vizinho conseguiu reduzir de 80% para 70% a sua dependência das importações energéticas, em parte devido ao rápido crescimento das energias renováveis.
A agência também destacou o esforço realizado a partir de 2012 para reduzir o défice tarifário acumulado no sistema elétrico espanhol (que nesse ano ascendia a pelo menos 26 mil milhões de euros) e instou o governo a continuar a aplicar o princípio de não introduzir novos custos (sem receitas que os compensem), visando "manter o equilíbrio e a sustentabilidade económica e financeira do sistema elétrico".
Sobre as interligações elétricas e de gás, nas quais Portugal, Espanha e França têm feito um esforço conjunto, a AIE considera necessário o aumento das ligações de Espanha com o resto da Europa (algo que indiretamente melhora a capacidade de exportação de energia gerada em Portugal).
Para a AIE, o aumento das interligações com o resto da UE, especialmente com França, acabará por fomentar a integração dos mercados, melhorar a segurança de fornecimento e facilitar a integração da energia renovável. A entidade também reconhece a importância de um maior apoio político e económico da União Europeia para implementar os projetos de interligações.