Portugueses na despedida ao papa Bento XVI

Amanhã, Bento XVI ainda dirá adeus aos fiéis da varanda de Castel Gandolfo, a residência de verão dos papas, mas será hoje, perante uma multidão que se vai juntar na praça de S. Pedro, que o papa fará a grande despedida.

Será a última audiência geral do Pontificado, com início marcado para as 9h30.

A vontade de ver, por uma última vez, o papa que se despede é grande. 50 mil pessoas fizeram reserva de bilhete mas muitos outros milhares de católicos ficaram do lado de fora desse perímetro mas próximo.

O enviado especial da TSF a Roma, Fernando Alves, conversou com um português que vai marcar presença na cerimónia de hoje.

Fernando Ribeiro recebeu sereno o anúncio da resignação e acredita que esse será tambem o estado de espírito hoje tanto do papa como dos que lhe vão dizer adeus.

Fernando Alves conversou ainda com um padre português que recordou as palavras de encanto que o papa lhe disse depois da visita a Portugal.

Assim que a resignação de Bento XVI for efetiva, entra-se no período de Sé apostólica vacante, que vigora entre a morte/renúncia e a eleição do novo papa.

A partir de sexta-feira, os cardeais vão reunir-se em "congregações" para identificar as prioridades da Igreja e selecionar os candidatos a papa.

Até aqui e de acordo com a constituição apostólica ("Universi Dominici Gregis", assinada por João Paulo II, em 1996), o conclave dos cardeais eleitores (com menos de 80 anos) não podia começar antes de 15 de março.

Mas depois do "motu proprio", publicado na segunda-feira por Bento XVI, os cardeais podem decidir, por meio de voto, antecipar o conclave para permitir ao novo eleito uma melhor preparação para a Páscoa, a 31 de março, uma celebração muito importante para 1,2 mil milhões de católicos.

A 11 de fevereiro, Bento XVI anunciou a resignação, a partir de quinta-feira, devido «à idade avançada». O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).