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Na edição em que o filme "Os gatos não têm vertigens", do realizador António-Pedro Vasconcelos, venceu nove das 15 categorias em que estava nomeado para os prémios Sophia 2015, o histórico cineasta Manoel de oliveira não foi esquecido.
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A Academia Portuguesa de Cinema homenageou ontem à noite Manoel de Oliveira na cerimónia dos Prémios Sophia, exibindo passagens de filmes da vasta obra do realizador, que faleceu quinta-feira, na sua casa no Porto, aos 106 anos.
«Foi um mestre e um exemplo, queremos lembrá-lo hoje e sempre», foram as palavras que a Academia Portuguesa de Cinema dirigiu ao realizador e que mereceram uma longa ovação dos atores, apresentadores e realizadores que encheram a sala do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde se realizou a gala.
Antes do início da cerimónia de entrega dos prémios Sophia 2015, a academia evocou a vida e obra de Manoel de Oliveira com a passagem de alguns filmes, como o "Aniki Bobó", a primeira longa-metragem do realizador, de 1942.
Quanto aos +prémios, "Os gatos não têm vertigens", do realizador António-Pedro Vasconcelos, venceu nove das 15 categorias em que estava nomeado para os prémios Sophia 2015, incluindo o de melhor filme, melhor realizador e melhor atriz (Maria do Céu Guerra) e ator (João Jesus) principais.
O filme ganhou também os prémios de melhor argumento original (Tiago Santos), melhor banda sonora original (Luís Cília) e melhor canção original, com o tema "Clandestinos do Amor", de Ana Moura. O filme de António-Pedro Vasconcelos venceu ainda nas categorias de melhor montagem (Pedro Ribeiro) e melhor som (Vasco Pedroso, Branko Neskov e Elsa Ferreira).
Já "Os Maias - Cenas da vida romântica", de João Botelho, visto nos cinemas por mais de 114 mil espetadores em 2014, venceu em sete categorias, incluindo melhor ator e atriz secundários, atribuídos a João Perry e Maria João Pinho.
Os prémios de melhor direção artística (Silvia Graboeski), melhor direção de fotografia (João Ribeiro), melhor caraterização (Sano de Perpessac), melhor maquilhagem e cabelos (Sano de Perpessac) e de melhor guarda- roupa (Sílvia Graboeski) foram igualmente conquistados por "Os Maias -- Cenas da vida romântica".
O prémio de melhor curta-metragem-documentário coube a "O Meu Outro País", de Solveig Nordlund, e o de melhor documentário em longa-metragem foi entregue ao filme "E agora? Lembra-me", de Joaquim Pinto.
Os prémios Sophia foram lançados em 2012, para distinguir os profissionais do cinema nacional pelos próprios pares, e incluem cerca de duas dezenas de categorias. A Academia Portuguesa de Cinema foi fundada em 2011 e é presidida pelo produtor Paulo Trancoso.