A Segurança Social encerrou hoje um lar ilegal nas Caldas da Rainha, Leiria, obrigando à retirada de seis idosos, com idades entre os 73 e os 88 anos.
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De acordo com os familiares dos idosos, o fecho teve por base «uma denúncia de uma antiga funcionária» em relação ao espaço, que alegadamente estaria a funcionar sem alvará, e «por maus tratos».
Apesar de ter sido esta a explicação recebida das técnicas da segurança social, nenhum dos familiares confirmou ter conhecimento de maus tratos aos seis idosos, quatro dos quais em regime de lar e dois em regime de centro de dia.
«A minha mãe só cá ficava de dia e dizia que era tratada com muito mimo e carinho», disse à agência Lusa Idalina Marques, filha de uma das idosas.
Carlos Jorge, que hoje foi obrigado a levar a mãe para casa, afirmou-se «perplexo com o fecho» do lar, mas sobretudo com «o comportamento da Segurança Social, que o fechou, mas não arranjou alternativas aos mesmos preços», deixando as pessoas sem saber o que fazer com os familiares.
Desempregado e a viver num «andar», Carlos Jorge acredita que a mãe teria «muito melhores condições no lar do que em casa, onde nem se consegue movimentar de cadeira de rodas».
Na vizinhança, apenas a monitora de uma residência assistida para portadores de deficiência tem opinião diferente.
Nora de uma idosa que esteve internada num outro lar dos mesmos proprietários, Chantal Agostinho assegurou que a sogra «se queixava de dores e aparecia cheia de nódoas negras» e que «era tratada com brutidade» na casa de onde foi retirada ao fim de dois meses.
«Esse outro lar já foi fechado e agora fizeram o mesmo a este, alguma razão hão-de ter», concluiu.
Os proprietários do lar - situado na Vivenda Pereira, na estrada que Liga Caldas da Rainha à Foz do Arelho - recusaram prestar quaisquer esclarecimentos, mas uma funcionária confirmou tratar-se de uma casa com três quartos, dois ocupados com quatro idosos cada e um para o proprietário "ficar de noite".
Um dos idosos foi hoje transportado para os Hospital Distrital das Caldas da Rainha, porque se encontrava a recuperar de uma pneumonia, e os restantes recolhidos por familiares.