O Oceanário de Lisboa abre hoje as portas ao público para ver a nova exposição temporária "Florestas Submersas de Takashi Amano", que vai ficar em exibição durante 30 meses. A TSF entrevistou o fotógrafo e aquascaper japonês sobre a exposição, a criação do aquário gigante e a mensagem ecológica que pretende transmitir com o seu trabalho.
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Takashi Amano começou a criar os seus primeiros aquários por brincadeira, quando ainda estava na escola primária. Projetos amadores, com poucos recursos, mas que viriam a tornar-se uma paixão.
Na década de 70, na altura com pouco mais de 20 anos, Takashi Amano era já um fotógrafo da natureza e começou a viajar com frequência. Os destinos mais frequentes eram as florestas tropicais que se tornaram inspiração para construir os nature aquarium, aquários que recriam a natureza.
Hoje com 60 anos, Takashi Amano é considerado o grande mestre desta arte e por isso foi a primeira escolha do Oceanário de Lisboa. Um desafio que o aquascaper japonês aceitou para poder construi o maior nature aquarium do mundo, mas também para poder chamar a atenção sobre as florestas tropicais e a natureza de água doce.
"A natureza de água doce, como os rios e lagos, estão cada vez mais em perigo e em risco de serem destruídos. Uma destruição que avança rapidamente porque são ecossistemas delicados, seja na Amazónia, na África Ocidental ou no Bornéu. E o primeiro sinal de destruição que se vê nesses locais é quando as plantas aquáticas começam a secar, pois são muito delicadas", disse à TSF.
Takashi Amano espera que a exposição no Oceanário desperte o interesse sobre as florestas tropicais, um dos habitats mais ricos e belos do mundo, mas também um dos mais ameaçados.
"No fundo, as pessoas falam muito sobre meio ambiente mas esquecem-se destes pequenos meios ambientes de água doce. Mas a água é a origem de tudo, é fonte da vida e deveríamos começar a proteger estes ecossistemas porque o futuro da humanidade só tem viabilidade se conseguirmos um equilíbrio entre seres humanos e natureza", acrescentou.